STF decide soltar Sara Winter

Sara Giromini, que usa o nome Sara Winter, liderou atos antidemocráticos contra o Congresso Nacional e o STF - Foto: Reprodução via Instagram

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou soltar a ativista Sara Fernanda Geromini, conhecida como Sara Winter. Ela está presa no presídio feminino do Distrito Federal desde a semana passada. A decisão também atende os outros cinco integrantes do grupo 300 pelo Brasil.

O ministro aceitou o pedido da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) para substituir a prisão por medidas cautelares. Sara, assim como os outros ativistas, deverão usar tornozeleiras eletrônicas, não poderão manter contato entre si e com outros investigados na operação, deverão manter um quilômetro de distância do Congresso Nacional e do STF, e só poderão se locomover de casa para o trabalho.

"Todas as medidas, inclusive a instalação da monitoração eletrônica, deverão ser realizados imediatamente", disse o ministro.

A defesa de Sara contestou as medidas e a proibição de comunicação, que ainda informou que entrou com um pedido de afastamento de Alexandre de Moraes do caso.

Movimento - No último dia 15, Sara foi presa pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República na investigação que apura ataques a instituições, como pedidos de intervenção militar e o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Durante um ato em apoio a Bolsonaro em Brasília e outras cidades, manifestantes levantaram faixas pedindo a intervenção militar e o fechamento de instituições democráticas. Uma das linhas de investigação apura o envolvimento de parlamentares.

A ativista já foi denunciada pela Procuradoria da República no Distrito Federal pelos crimes de injúria e ameaça ao ministro. No documento, o procurador Frederick Lustosa diz que a ativista ofendeu e ameaçou o ministro nas redes sociais, após ser alvo de um mandado de busca e apreensão autorizado por Moraes no inquérito aberto pela Corte para apurar a divulgação de notícias fraudulentas e ameaças aos integrantes do tribunal. Os fatos ocorreram entre os dias 29 de maio e 8 de junho, segundo Lustosa.

Após ter o celular e o computador apreendidos, Sara publicou um vídeo nas redes sociais em que diz que gostaria de "trocar socos" com o ministro. Em decorrência dessas declarações, a militante foi denunciada pela Procuradoria da República do Distrito Federal (PRDF) pelos crimes de injúria e ameaça.

A ministra Cármen Lúcia na semana passada negou um habeas corpus para libertar a ativista. Na petição, a defesa alegou que houve abuso de poder e ilegalidade na decretação da prisão. Para os advogados, Sara é vítima de perseguição política.

"Se pessoas condenadas por tráfico de drogas podem ser beneficiadas por HC [habeas corpus] para ficarem em prisão domiciliar com seus filhos menores, qual o motivo a ora paciente deverá, duplamente, permanecer encarcerada, se não cometeu crime algum, não é condenada, não é autoridade com foro de prerrogativa, e possui um filho de 5 anos de idade?", questionou a defesa no STF.

Sara Winter é líder do grupo 300 do Brasil, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Dois dias antes da prisão, o acampamento do grupo, que estava instalado na Esplanada dos Ministérios, foi desmontado pela Policia Militar.

Na ocasião da prisão, além de Sara, outras cinco pessoas que fazem parte do grupo também foram presas na mesma operação. O objetivo, de acordo com nota divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF), é apurar o esquema de financiamento e de organização de atos de rua com o objetivo de atacar as instituições democráticas.