Niterói: centenas se cadastram para doação de medula óssea

Mais de 400 pessoas se inscreveram ontem na campanha de medula óssea, realizada em uma universidade do Centro - Foto: Douglas Macedo

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Como parte da programação do Agosto Laranja de Niterói - mês de campanha de conscientização de doação da medula óssea e cordão umbilical -, a ONG Davida Casa do Bom Samaritano organizou para a cidade um dia de cadastramento para o banco de doadores de medula óssea ontem. Até o fim da manhã, mais de 400 pessoas já haviam se inscrito na universidade Anhanguera, no Centro. O transplante é indicado como tratamento para doenças que afetam as células do sangue.

O Agosto Laranja, que tem a proposta de esclarecer dúvidas e promover a conscientização sobre a doação de medula óssea e cordão umbilical para salvar vidas, se tornou lei recentemente no município. Segundo Cristina Figueroa, presidente da ONG Davida, Niterói é a única cidade do Brasil a contar com um mês de campanhas de conscientização, o que a torna referência para a causa.

"Era a Semana da Doação de Medula Óssea e Cordão Umbilical, mas a semana ficou curta para a nossa programação. Agora temos o mês inteiro para conscientizar e desmistificar sobre o transplante e ajudar a salvar vidas. A procura pelo cadastro foi muito grande, diversas organizações e associações médicas colaboraram", afirmou, acrescentando que a campanha está envolvendo diversos pilares da sociedade, como saúde e educação.

No ato do cadastro, o interessado preenche um formulário, e um laboratório autorizado pelo Governo Federal colhe uma amostra de sangue. A amostra é encaminhada para análise dos genes no cromossomo 6 para identificar compatibilidade entre doadores e receptores - pacientes. Após, a análise fica armazenada no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), que pode, inclusive, entrar em um banco internacional de doadores.

A advogada Priscila Lopes da Silva, de 28 anos, é doadora de sangue e ficou sabendo sobre a campanha através das redes sociais.

"Não conhecia sobre esta forma de tratamento, mas há dois meses minha irmã fez uma cirurgia e precisou de doação de sangue. Essa corrente de ajuda me emocionou e resolvi me cadastrar como doadora de medula para salvar vidas", disse.

No próximo dia 18, faz um ano que a bióloga Raquel Ramos Pombo de Mello, de 32 anos, fez a cirurgia de transplante de medula. Seu doador, por sorte, já estava cadastrado no REDOME. Hoje, curada da leucemia, a moradora de Niterói faz campanha nas redes sociais e presenciais para alertar sobre a importância da doação e da disseminação de informações sobre o tratamento para que outras pessoas possam ser curadas também.

"Por ele já estar cadastrado, o tratamento foi muito rápido, mas tem muito paciente esperando um doador, a compatibilidade é muito difícil. Por isso, a importância de fazer tantas campanhas. Eu sou a mostra viva de que uma pessoa do banco me doou a vida, estou vivendo e falando por causa dele", alertou.

O plano é que a bióloga e seu doador, um homem de São Paulo, se conheçam no ano que vem, em Niterói. A lei que permite o transplante autoriza que doadores e receptores se conheçam apenas 18 meses após a doação. Dois encontros entre o doador e o receptor já foram organizados pela Davida, e o próximo será o de Raquel.

Interessados em ser doadores de medula óssea podem se cadastrar no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e no Hospital Universitário Pedro Ernesto, ambos no turno da manhã.