Vigilância Sanitária contabiliza 66 infrações no Rock in Rio

Operação Rock in Rio da Subsecretaria de Vigilância Sanitária envolveu 70 técnicos - Foto: Divulgação

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Mais de 350 inspeções e 66 infrações (62 delas de serviços de alimentos), com o ranking liderado pela ausência de licença sanitária e do curso de capacitação profissional, à frente da falta de procedência, da rotulagem incompleta e da armazenagem incorreta dos produtos, e até da falta de higiene. Este é o resultado da operação Rock in Rio da Subsecretaria de Vigilância Sanitária, que envolveu 70 técnicos, interditou uma tabacaria ilegal no terminal Centro Olímpico do BRT e apreendeu 365 quilos de produtos por irregularidades diversas, quase metade dos 650 quilos descartados no RIR 2017.

Na edição desse ano, além de vistoriar, as equipes reforçaram ainda mais as orientações a fornecedores e ao público em geral, promovendo ações educativas no estande inédito da Ásia Rock Street, onde o GM Justo (um dos mascotes da Guarda Municipal do Rio) e a bactéria Coli lançada no evento ajudaram a alertar sobre o tema: “Coisas que você não vê, mas a gente cuida”.

"Fiscalizamos todos os 230 pontos de serviço, com novas vistorias em muitos deles para conferir se as orientações estavam sendo cumpridas. E com o estande conseguimos investir mais em ações educativas com o público. No geral, a operação transcorreu dentro do previsto em um evento de massa desse porte, resultado das ações que iniciamos em janeiro e mantivemos até o festival. Fizemos nove reuniões com organizadores e fornecedores, mais de mil inspeções prévias e capacitamos 2.600 profissionais, 40% além da edição 2017, e com uma novidade: mais cursos na área de saúde, como serviços de tatuagem e de embelezamento. As prévias são fundamentais na prevenção de riscos à saúde pública", diz Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária.

O planejamento operacional da Vigilância envolveu ao todo 70 técnicos, distribuídos por dia em equipes multiprofissional que atuaram no atendimento ao público, nas atividades educativas e na fiscalização das condições higiênico-sanitários não só de pontos de serviços de alimentos. Eles vistoriaram todas as áreas do Parque Olímpico, conferindo postos médicos, ambulâncias, salões de beleza, ambientes de uso comum (como banheiros e a água de consumo), gerenciamento de resíduos, catering e outros espaços da força de trabalho e banheiros.

"Venho todos os anos ao RIR, e essa edição foi a melhor em termos de organização e estrutura, como os banheiros, que funcionou muito bem. Reparei também uma postura diferente de quem atende nos balcões de lanches. Não vi nenhum deles mexendo em dinheiro e comida ao mesmo tempo, por exemplo", comentou Patrick Innecco na visita ao estande da Vigilância.

Com apoio da Guarda Municipal e da Coordenaria de Controle Urbano (CCU), fiscais conferiram no sábado, 5, a tabacaria que funcionada ilegalmente no terminal Centro Olímpico do BRT, já fora da Cidade do Rock, e acabou interditada. No local, a equipe identificou irregularidades como a exposição em espaço aberto e a venda promocional de cigarros, proibidos por lei. Eles encontraram também tabelas de preços com logomarca, display de propaganda comercial e facilidade de acesso de menores ao quiosque.

A operação contou com médicos-veterinários, enfermeiros, nutricionistas e engenheiros, entre outros profissionais das coordenações de Alimentos, Saúde, Engenharia e Fiscalização Sanitária, além do Núcleo de Inspeção e Fiscalização dos Ambientes Coletivos, do Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp, em São Cristóvão, no Complexo Zona Norte da Vigilância) e da Superintendência de Educação, responsável pelas capacitações, reuniões de alinhamento e todas as demais ações de orientação.

Entre as ações realizadas no estande, a Vigilância emitiu nove licenças e registrou mais de duas mil orientações em geral. O totem touch screen de serviços online implantados nos últimos dois anos pela Prefeitura foi acessado por mais de cinco mil pessoas. São plataformas digitais desenvolvidas pela IplanRio, como o SAÚDE.RIO, o RIO+RESPEITO, o COR.RIO e o SISBICHO, para o cadastro de animais com chip. O ponto alto das atividades foi mesmo a encenação do GM Justo com a bactéria Coli. O nome alerta para a Escheriachia coli (E.coli), micro-organismo encontrado em alimentos contaminados por falta de hábitos básicos de higiene, como a correta lavagem das mãos.

 "Muito interessante esse painel simbolizando bactérias com mensagens chamando a atenção para os riscos à nossa saúde. É preciso que cada um saiba desses riscos e aprenda a colaborar para evitar a contaminação. No caso da Escheriachia coli, é basicamente lavar bem as mãos e os alimentos", disse Letícia Saules, de 20 anos, estudante de Biologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e uma das milhares de pessoas que passaram pelo estande da Vigilância nos sete dias do RIR.

Do total das 356 vistorias, 174 foram feiras pela Coordenação de Alimentos e resultaram em 62 infrações, 18 delas por falta de licença (incluindo veículos de transporte de alimentos e bebidas), que levou à única interdição em todo o evento: uma tabacaria ilegal no terminal Centro Olímpico do BRT, no entorno da Cidade do Rock. Outras 12 foram por laudos insatisfatórios de amostras coletadas e analisadas no Lasp, nove por falta do curso de capacitação gratuita em higiene na manipulação de alimentos e nove por falta de higiene em geral. As outras foram seis por rotulagem incompleta, duas por falta de lavatórios para a higienização das mãos, duas por uniforme incompleto, duas por produto armazenado em temperatura inadequada, uma por produto de origem animal sem o Selo de Inspeção Federal (SIF) e uma por estabelecimento irregular que foi interditado.

"Constatamos um grande número de veículos de transporte de alimentos e bebidas ainda sem licença sanitária. Reforçamos que todos eles precisam se licenciar", destaca Flávio Graça, superintendente de Educação da Vigilância, que responde também pela Coordenação de Eventos da pasta vinculada à Secretaria Municipal de Saúde.

Das outras quatro infrações, duas foram aplicadas pela Coordenação de Engenharia, sendo uma por falta de peças em um dos banheiros e uma por inadequações no catering da força de trabalho. As outras duas multas foram da Coordenação de Saúde, também por falta de licença sanitária. A equipe do Lasp coletou 103 amostras, 90 delas já analisadas e resultaram em 12 laudos insatisfatórios e 78 satisfatórios. Outras 13 amostras seguem em análise.

Do total dos 365 quilos apreendidos, 330 foram por falta de procedência, sendo 156 quilos de açaí do mesmo estabelecimento, 90 de carne moída e 84 de molho chemi churri. Os outros 35 quilos foram descartados, sendo dez quilos de bifes e brownie fora da validade, 15 quilos de pão sem procedência e outros dez também de pão por rotulagem inadequada.