Ensino coreano é ampliado nas escolas públicas estaduais

Ensino coreano é ampliado nas escolas públicas estaduais do Rio - Foto: Carlos Magno / Divulgação

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Aprender coreano em uma escola pública do Rio de Janeiro? O que poderia parecer uma possibilidade distante, hoje já é realidade em três unidades na rede de ensino do Governo do Estado. O Colégio Estadual Olga Benário Prestes, em Bonsucesso, foi o pioneiro em ofertar o idioma, em 2017. E, desde o segundo semestre deste ano, outras duas escolas – colégios estaduais Visconde de Cairu, no Méier, e Paulo de Frontin, no Rio Comprido, também passaram a oferecer aulas de coreano.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) com o Consulado Geral da República da Coréia, por meio do Centro de Educação Coreana, em São Paulo (CECSP). No Olga Benário Prestes, de 2017 até hoje, três turmas já foram abertas. Segundo a diretora da unidade, Vanesa Costa da Cruz, a aceitação dos alunos para aprenderem o idioma de origem asiática foi uma surpresa.

“Logo no primeiro ano de oferta de coreano, já conseguimos formar uma turma. Algumas alunas já conheciam o idioma e quando apresentamos a proposta, elas ficaram encantadas e sem acreditar que uma escola estadual teria um curso de coreano. Portanto, a oferta da língua é uma referência na nossa escola. Quando recebemos alunos na matrícula de início de ano, escutamos dos alunos que escolheram o Olga Benário em virtude do idioma”, contou a diretora-geral da unidade.

Influência da cultura coreana

Conhecida pela gastronomia com um toque picante, a Coreia do Sul tem se tornado mais próxima dos brasileiros, principalmente dos jovens. O país tem produzido uma forte cultura pop, com o gênero musical K-Pop, além do famoso rapper Park Jae-sang, mais conhecido como Psy, do sucesso Gangnam Style.

Antes mesmo de cursar o idioma na escola, Mellissa Fonseca já conhecia um pouco da língua coreana, que começou a ter contato pelo K-Pop. A internet foi a fonte de pesquisa da adolescente, de 17 anos, que buscava músicas e vídeos.

“Quando a diretora avisou que teríamos a oferta de coreano na escola, eu, literalmente, comecei a chorar na sala de aula. Fiquei ainda mais apaixonada pelo idioma e, principalmente, por termos uma professora tão bacana, que nos acolheu muito bem. Acho que coreanos e brasileiros se assemelham muito pela alegria que os dois povos têm”, falou a estudante, que está no 3º ano do Ensino Médio.

Com o costume de assistir às novelas coreanas, Nathalia Oliveira também não se assustou com o novo idioma. Nas primeiras aulas, levou o caderninho com as anotações feitas durante as pesquisas em casa e conferiu junto à professora para ver se estavam corretas.

“Me interessei pela cultura asiática desde nova e o coreano estava sempre nas minhas pesquisas na internet. Acredito que aprender esta língua será um diferencial e abrirá muitas oportunidades. Ano que vem, pretendo fazer o Topik, que é uma prova do consulado da Coreia do Sul que posso ganhar uma bolsa de estudos ou, dependendo do nível, me tornar uma professora”, revelou Nathalia, de 19 anos.

A professora Joana Lee, muito querida entre os alunos, afirmou que as aulas não tratam somente do ensino do idioma e, sim, em como os adolescentes podem realizar seus sonhos. Segundo os estudantes, é uma motivação a mais ter aulas com uma nativa da Coreia do Sul.

“Amo muito os adolescentes. Não quero só ensinar a língua coreana a eles, mas em como eles podem realizar os sonhos. Que todos que pensam positivo, podem ter realizações na vida. Falo que eles devem se inspirar na história da própria Coreia”, disse a professora de coreano.