Contradição após temporal em SG

Ruas do Jardim Catarina alagadas durante temporal - Foto: Reprodução da Internet

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Na falta do poder público, moradores do Jardim Catarina se unem para arrecadar doações para famílias que perderam seus pertences na enchente da última segunda-feira. Moradores denunciam que, até o momento, mais de 48 horas após a forte chuva, nenhuma equipe da prefeitura foi até o local para auxiliá-los com doações de donativos. Com essa situação, o que resta é a mobilização entre a população para que famílias não fiquem sem ter o que comer e vestir.

"Todo verão a situação é a mesma. Nossos governantes não fazem nada para ajudar, ninguém aparece para ajudar as vítimas. Tem crianças, idosos, pessoas acamadas, sem ter o que comer. É uma desserviço. Nos sentimos completamente largados e esquecido. No final das contas quem sofre é o povo", disse José Carlos, que mora há mais de 40 anos no Jardim Catarina.

Dias após a forte chuva, é possível ver os reflexos da água nas residências. Um morador da Rua 22, que preferiu não se identificar, após ficar na casa de familiares voltou até sua residência na tentativa de salvar algo. Desempregado, ele tem quatro filhos, com idades que variam de 4 a 10 anos, e aguarda doações de alimentos e roupas. Moradores criaram um grupo em uma rede social para organizar as contribuições.

"Criamos um grupo para ajudar o máximo de pessoas possível. Durante a segunda conseguimos reunir voluntários para fazer comida porque muitos perderam os alimentos que tinham em casa. Não recebemos ajuda do poder público, se não fossem os moradores a situação estaria ainda mais complicada", disse uma moradora.

As doações estão sendo deixadas em escolas e igrejas da localidade que decidiram abriram as portas para servir como ponte entre os doadores e moradores.

Durante o temporal, imagens de um bebê sendo resgatado viralizou na internet. No vídeo - divulgado em uma rede social - é possível ver um homem carregando com água da chuva um pouco abaixo do ombro, carregando a bebê Aylla, de 11 meses. O rapaz leva o bebê acima da cabeça para que o mesmo não encoste na água.

Ayla e sua família perderam todos os pertences de casa, porque a água da chuva foi até o teto. De acordo com conhecidos da família, a criança já conseguiu bastante roupa vindas de doações e no momento necessita de leite, pois o que tinha reservado foi perdido na enchente.

Em oposição à versão dos moradores do Jardim Catarina, quando questionada, a Prefeitura de São Gonçalo informou que "equipes da Defesa Civil, secretarias de Saúde, Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Urbano estão atuando dia e noite nas áreas atingidas durante estes dias, resgatando moradores, realizando cadastros dos desalojados, disponibilizando vacinas, atendimentos médicos e distribuindo donativos".

O executivo afirma, ainda, que equipes da secretaria de Desenvolvimento Urbano intensificaram os trabalhos realizando diversas intervenções nos cinco distritos da cidade efetuando troca de manilhas, limpeza de bueiros e rios.

De acordo com a prefeitura, existe um ponto oficial de arrecadação instalado na Paróquia Sant'Anna, no bairro Itaúna. O pedido é para que as doações sejam preferencialmente para material de limpeza e alimentos.

A prefeitura também relata que as escolas municipais que atuam como ponto de apoio nos bairros atingidos também estão recebendo donativos.