Parcerias externas: a saída para o desenvolvimento

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Se por um lado a crise causou um cenário incerto dentro do ambiente acadêmico, por outro a inteligência para a captação de recursos precisou ser colocada em prática. Anunciada como prioridade de gestão, a entrega de obras começou a avançar, tudo isso sem precisar utilizar recursos próprios, visto que a UFF tem apenas R$ 5 milhões de capital para construir ou usar com manutenção. Um exemplo é o acordo de cooperação firmado com a Prefeitura de Niterói, que resultou no aporte de R$ 30 milhões para projetos de extensão e pesquisa aplicada. O projeto do Cinema Icaraí também está englobado, com o local sendo cedido ao Município para a reforma e abertura à sociedade. Em contrapartida, a prefeitura terminará as obras do IACS, esperada desde 2008.

"Eu estou muito otimista para este ano. Nossa expectativa para 2020 é concretizar as ações imobiliárias. Tenho certeza que isso vai aumentar a autoestima das pessoas, porque elas não acreditam mais nisso. A obra do IACS, por exemplo, é de 2008. São 11 anos! Quantas vezes já falaram 'agora vai'?", observa o reitor.

As intervenções no prédio inacabado começam neste ano e deverão ser entregues, segundo Antonio Claudio, no início de 2021.

"O acordo que eu propus foi de cultura, arte e cinema. Vamos ceder o patrimônio, e não nos desfazer dele, porque é importante deixarmos legado para a UFF. Calculado o período que seria de alguel, para gerar um valor para terminar o prédio do IACS. O Município faz a licitação, não passa recurso por aqui, um grupo de obras do instituto vai acompanhar", explicou.

Através de emendas parlamentares com a bancada do Rio de Janeiro na Câmara Federal, a UFF também garantiu recursos de R$ 25 milhões para concluir o prédio da Faculdade de Medicina, atrás do Hospital Universitário Antonio Pedro, no Centro de Niterói. Já foram gastos R$ 14 milhões somente em obras de contenção no prédio. Agora, a Reitoria da UFF conseguiu mais R$ 7 milhões de recursos suplementar para completar o prédio. As obras foram retomadas em agosto do ano passado e o prazo de conclusão é de cerca de 1 ano e meio. Além da conquista para os alunos, o reitor garante que o hospital também ganha investimentos.

"A faculdade, hoje, funciona dentro do Antonio Pedro. Se ela sai do hospital, eu abro espaço para ampliar serviços, como a oncologia pediátrica, transplante renal", atenta Antonio.

Através de interlocução política, também foi possível captar R$ 25 milhões para retomar neste ano as obras do prédio do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional em Campos dos Goytacazes, paralisadas desde 2012 por falta de investimento.

Através de verba da Prefeitura de Macaé, a UFF também inaugura em fevereiro o bloco D da Cidade Universitária, que faz parte do programa de expansão do polo universitário. Com isso, a expectativa é que novos cursos possam ser criados a partir da demanda local. Custando R$ 12 milhões, sem incluir nenhum recurso da própria UFF, o bloco D terá 4.500 metros quadrados de área construída, com três pavimentos. No térreo, funcionarão a secretaria, salas da direção e de professores, biblioteca, diretório acadêmico, auditório com capacidade para até 200 pessoas, copa e sanitário, e os pavimentos um e dois terão 15 salas de aula cada, constituindo, ao todo, mais de 40 espaços para a população acadêmica.

A UFF também está concluindo o convênio com a Petrobras para avançar as obras da Faculdade de Química. Serão investidos através dessa parceria cerca de R$ 40 milhões só para a construção dos laboratórios. Recursos ainda serão captados para o término das salas de aula.

Neste ano também deverá ser concluído o processo de implantação do Sistema Eletrônico de Informação(SEI), que torna todos os processos dentro da universidade eletrônicos. Até agora, isso representa uma economia de 80 mil folhas de papel e, em tempo, já soma 10 anos de economia de trabalho. Isso porque o tempo de tramitação dos processos foi otimizados de três meses para apenas dois dias

A inclusão é um dos pilares da gestão atual da UFF. Nesse âmbito, a Reitoria quer implementar gratuidade no Restaurante Universitário, mais conhecido como bandejão, para pessoas em vulnerabilidade social. O projeto ainda está em fase de elaboração, mas está previsto para ser iniciado ainda no segundo semestre deste ano.

"Estamos construindo uma nova política do bandejão para ser gratuito para quem precisa. Estamos construindo uma lógica para ser possível, apesar da dificuldade. á é barato o bandejão, custa R$ 70 centavos e não haverá aumento nos custo para os outros alunos, o que é importante destacar. Estamos aumentando a assistência estudantil dentro do âmbito da inclusão. Não adianta o aluno passar no vestibular se ele não consegue ficar aqui", alerta.