Governo do Estado recebe moradores de Paquetá após protesto

Moradores de Paquetá se reuniram, após um protesto nesta terça-feira (21), com representantes do Governo do Estado para apresentar sugestões sobre a nova grade de horários que será implantada pela CCR Barcas no próximo dia 25, nas linhas Arariboia, Cocotá e Paquetá. Até sexta-feira (24) uma nova reunião será realizada para discutir a questão. A Defensoria Pública do Estado, no entanto, informou que vai recorrer da decisão que determina a alteração no horário das viagens.

Integrantes da Associação de Moradores de Paquetá, do Conselho Comunitário de Segurança e do Polo Paquetá - Cultura e Turismo entregaram um ofício com os pleitos referentes à grade de horários da linha aquaviária. O documento foi recebido pela subsecretária de Mobilidade e Integração Modal da Secretaria de Estado de Transportes, Paula Azem; o subsecretário da Casa Civil e Governança, Carlos Alberto Lopes; e o subsecretário Militar, coronel Aristeu Leonardo Tavares.

Durante o encontro ficou acordado que as sugestões dos moradores serão levadas ao secretário de Transportes, Delmo Pinho, e da Casa Civil, André Moura. Até sexta, uma nova reunião ocorrerá para dar prosseguimento às discussões, principalmente sobre a grade de horários do fim de semana.

A nova programação que entrará em vigor no sábado (25) foi proposta pela Secretaria de Estado de Transportes e aceita pela Justiça, em audiência realizada na 6ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro, com a participação da Defensoria Pública do Estado, da Agetransp e de representantes da CCR Barcas.

Na ocasião, usuários pediam o fim da triangulação nos dias úteis entre a linha Paquetá, Praça XV e Cocotá, o que aumentaria em quase duas horas o tempo de percurso. Por conta disso, foram observados os horários de entrada e saída de professores, estudantes e médicos. O pedido foi levado em conta na elaboração da nova grade e, dessa forma, todas as viagens entre Paquetá e Praça XV ocorrerão de maneira direta, sem baldeação. Ficou definido, ainda, que será utilizado o modela de embarcação mais moderno da frota, com ar condicionado. Também haverá viagens diárias com uma barca maior, para facilitar o transporte de cargas.

"A Setrans ressalta que o contrato de concessão do sistema aquaviário apresenta forte desequilíbrio econômico-financeiro, já reconhecido pela Justiça. Um dos problemas enfrentados pela CCR Barcas é a queda no número de passageiros decorrente da ausência de conexões dos ônibus com as barcas, no Centro do Rio, depois que o mergulhão e a perimetral foram desativados", justificou a secretaria, acrescentando, ainda, que concentrará esforços na tentativa de realizar adequações na grade de horário do fim de semana.

Defensoria vai recorrer

A Defensoria Pública do Estado (DPRJ) informou que vai recorrer da decisão que autorizou a nova grade de horários. Segundo o órgão, a implementação da proposta da Setrans foi aceita pela Justiça sem que houvesse acordo firmados entre as partes. Ainda segundo a DPRJ, a programação reduz de 22 para 15 viagens na linha Paquetá durante os dias úteis.

"Contrária à grade aprovada na audiência porque a medida (mesmo com avanços) apresenta drástica redução no número de viagens, a Defensoria entende que moradores e passageiros devem participar do processo decisório como forma de minorar os impactos no transporte aquaviário", manifestou a DPRJ, através de nota, solicitando a suspensão imediata das alterações.

Protesto

Antes da reunião, moradores de Paquetá fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Aos gritos de "respeita Paquetá", usuários do único serviço público de travessia entre a ilha e o Rio carregavam faixas de protesto, pedindo a readequação dos horários das viagens.

Em nota, a CCR Barcas informou que os novos horários têm o objetivo de melhorar a eficiência operacional, conforme decisão judicial.