Manifestações culturais preservadas no museu

Museu do Samba - Foto: Divulgação

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Para os moradores da Mangueira, no Rio de Janeiro, um marco na história da comunidade pode ser apreciado de perto por todos. O Museu do Samba, nomeado em 2001 como Centro Cultural Cartola, nasceu com a missão de proteger as tradições e preservar a memória de manifestações culturais.

O Museu surgiu a partir de uma necessidade de criar espaços na valorização da cultura afro-brasileira. Atuando há 18 anos com metodologias e programas próprios dedicados à pesquisa, acervo, preservação, educação e comunicação da história social, memória, expressão artística, o legado do samba carioca e sua salvaguarda se transformou em um patrimônio imaterial.

"Como o museu se dedica com toda comunidade do samba, a nossa preocupação é de fortalecer do que chamamos de detentores, que são as pessoas que seguram as tradições do samba. Além de termos um trabalho com crianças, temos um reposicionamento de ratificar a história do samba na sociedade como referência cultura do Brasil", contou Nilcemar Cartola, fundadora e diretora executiva do Museu do Samba.

O Primeiro Centro de referência e documentação do samba e único Museu que trata desta temática é considerado a maior fonte de economia da cidade e, principalmente o maior acervo de memória social.

"Nós temos inúmeros museus tradicionais no Estado do Rio mas que tratam dos nossos colonizadores, como o Museu Imperial, o Museu da República, mas não temos um local que fale sobre o processo criativo do povo brasileiro, é onde podemos dizer que é a nossa marca diferencial. Nosso forte de trabalho além de resgate, de pesquisa, de geração de fontes primárias com projeto de depoimentos é de educação patrimonial, não só com as escolas públicas, mas com o turista, com os cariocas e todos os brasileiros", acrescentou Nilcemar Cartola.

Idealizado pelos netos de Cartola e Dona Zica, Nilcemar e Pedro Paulo Nogueira, os mesmos tem o objetivo de preservar e imortalizar a trajetória de seus velhos. Nilcemar, como neta é uma grande fonte de inspiração para a comunidade. Representando uma mulher guerreira que todos dia luta contra tudo e contra todos para provar as competências, ela abre alas na sociedade, pelo seu trabalho, para que outras meninas negras possam sonhar e serem o que quiserem.

"Eu dou continuidade a essa memória que foi criada pelo meu avô que era um compositor e uma referência nos sambas para as escolas, e eu venho dando continuidade a isso. Os prêmios que eu ganhei significa muito para mim, pois nesse conjunto de valorização do samba estamos falando da história dos negros, da cultura africana que foi renegada e passa invisível, por isso o samba passa a ser uma afirmação social", contou ela.

Obra - Uma cerimônia realizada na última quarta-feira (22) celebrou o inicio das obras de revitalização na cobertura e recuperação do sistema de drenagem das águas pluviais do Museu do Samba. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) designou aproximadamente R$1.580.000 para as obras, que estão previstas para terminar no segundo semestre deste ano.