Ônibus não vão circular na madruga em Niterói

Isolamento social reduziu drasticamente o número de passageiros, impactando o setor rodoviário no Estado - Foto: Marcelo Feitosa

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Ônibus municipais de Niterói terão circulação interrompida no período da madrugada, entre 0h30 e 5h, a partir da virada desta sexta-feira (27) para o sábado (28). A determinação da Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade foi divulgada no Diário Oficial desta sexta.

O motivo da interrupção da operação seria a drástica queda de passageiros, em razão da quarentena ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. A solicitação partiu do Consórcio Transoceânico, um dos dois que operam o serviço na cidade, formado por quatro empresas.

Ainda de acordo com a determinação, a suspensão da circulação durante a madrugada ocorre em caráter provisório, mas não tem uma data específica para terminar. A tendência é que dure enquanto o município mantenha em vigor determinações de isolamento, para conter a proliferação do coronavírus.

À beira de um colapso - Um documento, assinado por representantes sindicais de trabalhadores e patrões do setor de transporte rodoviário de passageiros e dirigentes da Fetranspor, foi encaminhado nesta sexta-feira para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, solicitando audiência para apresentação de propostas, que impeçam o colapso do sistema de ônibus no Estado.

De acordo com a instituição, que pede urgência para a avaliação das demandas, o fato que inviabilizaria, inclusive, a locomoção de funcionários de áreas consideradas essenciais, como hospitais, segurança, farmácias, supermercados e padarias, entre outros.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), Rubens dos Santos Oliveira, que participou da reunião, alerta que as ações de isolamento social para controle da disseminação do coronavírus são importantes, mas medidas econômicas devem ser adotadas com o objetivo de evitar um colapso no setor de transporte de passageiros.

"Na área de abrangência do Sintronac, empresas estão operando com 10% a 15% de sua capacidade e algumas estão totalmente paralisadas, que são as que têm linhas para a capital. Se o sistema todo entrar em colapso, o que já está acontecendo, os trabalhadores de setores que foram considerados essenciais não terão como se locomover, pois muitos dependem do transporte público.

Além disso, quando a crise de saúde passar, a tendência é que o setor de ônibus esteja tão debilitado, que não haverá como recompor sua estrutura a curto ou médio prazos. Estamos diante de uma catástrofe, que o poder público ainda não se deu conta", afirmou Rubens.

Participaram da reunião na Fetranspor representantes dos sindicatos dos rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Volta Redonda e Angra dos Reis, assim como seus correspondentes patronais.

O Governo do Estado foi procurado mas, até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado.