Coronavírus é mais presente onde há maior circulação

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A epidemia do coronavírus do Estado do Rio ainda não se estabilizou. Os municípios de Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro são alguns exemplos de maior incidência de casos. Porém, o vírus não se espalha igualitariamente e há bairros específicos que se sobressaem com um número muito maior de infectados pela covid-19.

O cenário nas três cidades é bem parecido quando se trata dos bairros que se destacam no ranking do coronavírus. Copacabana, no Rio de Janeiro, Icaraí, em Niterói, e Jardim Catarina, em São Gonçalo, possuem um número significativamente maior que o segundo colocado.

Os números não são coincidências nas três localidades: o trânsito de pessoas ainda é grande, mesmo em meio ao isolamento social, se tornando ainda mais difícil controlar o contágio pelo vírus e fiscalizar o cumprimento das restrições sanitárias.

Em Niterói, até a última sexta-feira (5), o boletim registrava 3.467 casos confirmados, com maior índice nos bairros de Icaraí (464 casos), Fonseca (379), Santa Rosa (235), Barreto (219), Piratininga (178), Centro (173), Engenhoca (127), Ingá (107), Badu (104), São Francisco (102) e Itaipu (102).

A Zona Sul de Niterói é um dos pontos mais atingidos de toda a cidade e, em consequência disso, as medidas de restrição sanitárias foram reforçadas nesses locais. Apesar do município estar em transição gradual para o que é chamado de "novo" normal e já ser permitida a caminhada nas orlas das praias, o decreto aposta em novas regras para evitar o contágio das pessoas.

Em Icaraí, por exemplo, bairro onde vivem muitos idosos, há horários específicos para caminhar, segmentados por idade, e é expressamente proibido praticar exercícios no local na parte da noite. Apesar das medidas terem se tornado mais flexíveis, é importante que as pessoas continuem se mantendo em casa sempre que possível e respeitando o isolamento social proposto pelas autoridades de saúde.

Para além dos bairros com maior contingência de casos, também há regiões que registram poucas ocorrências da covid-19, como Cachoeira, Jardim Imbuí e Santo Antônio, todos com registro de apenas um infectado, Muriqui, com dois, e Boa Viagem, somando três.

Em São Gonçalo, Jardim Catarina é o bairro com maior número de atingidos, apontando 111 casos. Apesar da grande quantidade de infectados, os moradores ainda seguem sem respeitar o isolamento social e as medidas restritivas decretadas na cidade, com pessoas transitando sem o uso de máscaras e comércios funcionando normalmente.

Em seguida, aparecem os bairros Colubandê (82), Trindade (72), Itaúna (71), Portão do Rosa (54), Rocha (53), Boa Vista (52), Mutondo (52), Porto Novo (52), Porto Velho (48) e Boaçu (47), segundo o boletim da última sexta-feira (5), quando a cidade registrava 2.032 casos confirmados de coronavírus.

Os quantitativos não param de subir em São Gonçalo, porém, é possível notar que não só em Jardim Catarina, mas em toda a cidade, há muitas situações de desrespeito aos decretos aplicados para o controle da doença. Como forma de driblar a situação, agentes da prefeitura reforçam a importância do respeito ao isolamento social e às medidas sanitárias.

Já os bairros com menor incidência na cidade são Água Mineral, Califórnia, Nova Grécia, Jardim Fluminense e Tenente Jardim, todos contabilizando somente um caso, destoando de forma significativa dos locais mais afetados pela doença.

No Rio de Janeiro, é Copacabana quem se destaca no ranking dos bairros com maior ocorrência da covid-19, registrando 1.630 casos. Localizada na Zona Sul, a região é alvo de grande trânsito de pessoas, principalmente por conta da orla e praia, que foram reabertas recentemente, e concentra muitas pessoas idosas. Ao contrário do que se era esperado, a praia recebeu muitos visitantes nesses primeiros dias e contou com pouca fiscalização.

Logo após, os bairros que somam mais casos são Campo Grande (1.419), Barra da Tijuca (1.358), Tijuca (1.283), Bangu (1.019), Realengo (821), Botafogo (817), Recreio dos Bandeirantes (668), Leblon (655) e Santa Cruz (617), de acordo com o boletim divulgado na sexta-feira (4), quando a cidade contava com 35.043 casos confirmados.

O Município do Rio de Janeiro reforçou as medidas sanitárias nos locais mais afetados, porém, em contrapartida a essas intensificações, a prefeitura aderiu à flexibilização das restrições de isolamento social. Com isso, somado a falta de fiscalização e de punição em muitos dos bairros, cenas de aglomeração e de descumprimento das medidas sanitárias se tornaram comuns nas ruas.

Entre todo o estado, o município do Rio sai muito na frente e lidera há tempos tanto o número de casos confirmados quanto o de óbitos em decorrência do coronavírus, se tornando o epicentro da doença.

Entre os bairros menos afetados da capital fluminense, estão a Lapa (13), Vasco da Gama (13), Paquetá (12), Saúde (9), Campo dos Afonsos (8) e Joá (8). Os baixos números da região acabam se contrastando de maneira considerável com Copacabana e outros locais com maior incidência, chegando a ter mais de mil casos confirmados a menos.

Nos três municípios, as prefeituras destacam a importância de se manter em isolamento social e cumprimento das medidas sanitárias, mesmo com as novas ações de transição gradual e flexibilização do isolamento, para garantir um melhor controle da situação do coronavírus em todas as regiões.