Covid-19: Rio de Paz faz ato pelas mortes em Copacabana

Em um ato silencioso, manifestantes pediram por ações mais concretas e duras no combate ao coronavírus no Rio - Foto: Reprodução/Facebook

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A organização Rio de Paz, conhecida por fazer atos contra a violência no Rio de Janeiro, faz hoje (11) um protesto na praia de Copacabana, na zona sul da cidade, para chamar atenção para o grande número de mortes provocadas pela covid-19. O objetivo é protestar contra a forma como o governo federal está lidando com a pandemia.

Segundo dados divulgados ontem (10) pelo Ministério da Saúde, a pandemia já deixou 39.680 mortos no Brasil.

No ato, foram feitas 100 covas rasas nas areias da praia, com cruzes e bandeiras do Brasil, para simbolizar os mortos durante a pandemia.

Além do protesto, a ONG pede que o governo federal apresente metas e cronogramas para a área de saúde e economia, socorra empresários afetados pela crise econômica e ofereça renda básica emergencial a todos os pobres e desempregados, entre outras demandas.

Protesto - Uma cena chamou a atenção pela manhã durante a manifestação. Enquanto um homem, contrário ao protesto, derrubava as cruzes colocadas nas 100 covas cavadas na areia representando os brasileiros mortos pela Covid-19, um outro, que perdeu o filho para a doença, as colocava no lugar aos gritos de "meu filho morreu com 25 anos, saudável. O mesmo direito que ele tem de tirar eu tenho de botar".

Pelo menos 20 cruzes foram derrubadas pelo homem que passava pelo calçadão caminhando. Ele avnaçou pela areia e começou a derrubar as cruzes. "A praia é pública. Eu tenho o direito de tirar. Isso é um terror, criando pânico. Canalhas. A praia é nossa", enfatizava ele enquanto derrubava os objetos. Ele chegou a sair da areia, mas voltou e continuou a destruir a manifestação. O homem chegou a ser aplaudido por algumas pessoas.

Houve uma pequena discussão entre eles, mas os manifestantes não reagiram.


"Pela primeira vez vivermos isso. Nunca fomos tanto objeto de ódio nas redes sociais. Fizemos dezenas de manifestações e nunca vivemos essa experiência. O nível de ódio mostra que a paixão político-ideológica representa uma ameaça à democracia", disse o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.