Adolescente morre após ser mordido por morcego em Angra dos Reis

Adolescente morre após ser mordido por morcego em Angra dos Reis - Foto: Divulgação

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Um adolescente, de 14 anos, foi mordido por um morcego e morreu vítima de raiva humana em Japuíba, Angra dos Reis, no mês de março. O estado do Rio não registrava morte pela doença - considerada controlada nas cidades brasileiras - desde 2006.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que o menino foi mordido pelo morcego no mês de janeiro e não procurou uma unidade de saúde para tomar a vacina antirrábica. Os primeiros sintomas da doença teriam aparecido no dia 22 de fevereiro e somente no dia 7 de março o adolescente foi internado. Cinco dias depois, o menino foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), no Rio, com suspeita da raiva. No dia 20 de março a doença foi confirmada e 10 dias depois o adolescente não resistiu e veio a óbito. A raiva mata 99,9% das vítimas após a manifestação dos sintomas. No entanto, a vacina e o soro podem bloquear o vírus. 

A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.

O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças.

Os principais sintomas da raiva são mal-estar, aumento de temperatura, cefaleia, náuseas, dor de garganta, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.

O Ministério da Saúde recomenda que ao ser mordido a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que consequentemente previne também a raiva humana. Deve-se sempre evitar de se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. E nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.

De acordo com o Ministério da Saúde, no período de 2010 a 2020, foram registrados no Brasil 38 casos de raiva humana, sendo que em 2014, não houve caso. Desses casos, nove tiveram o cão como animal agressor, vinte por morcegos, quatro por primatas não humanos, quatro por felinos e em um deles não foi possível identificar o animal agressor.

A SES informou que, após a confirmação do caso, foi encaminhado informe aos municípios alertando sobre os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, para evitar casos de raiva no estado. Em uma reunião realizada no dia 10 de junho, com representantes das 92 secretarias municipais do estado foi feito um alerta sobre os protocolos de segurança e a necessidade de manter as equipes de vigilância locais capacitadas.

A secretaria afirmou que há indicativo no Ministério da Saúde que haverá envio de vacina antirrábica animal para realização da campanha até novembro.