Prisão repercute nos bastidores da política brasileira

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Após a prisão de seu ex-assessor, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), se disse tranquilo com os acontecimentos e ressaltou que a verdade irá prevalecer em meio a essas investigações.

"Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje (ontem) . A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!", declarou o senador no Twitter.

Na live que faz às quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro criticou a prisão de Queiroz, chamada por ele de "espetaculosa". Bolsonaro afirmou que não está envolvido no processo e lembrou que Queiroz não estava foragido, que não havia mandado de prisão contra ele. "Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da Terra", condenou o presidente.

Muitos apoiadores do governo também se posicionaram a favor da justiça mas contra a perseguição que afirmam estar sendo feita a toda família Bolsonaro. O deputado federal Carlos Jordy (PSL) foi um dos que publicou um vídeo defendendo o caso que envolve o senador Flávio Bolsonaro, enfatizando que houve outros deputados com operação financeiras expressamente maiores do que as feitas no gabinete de Flávio, enquanto deputado, e que esses nomes ainda não estão sendo investigados, dando a entender que a investigação está sendo feita por conta de uma perseguição.

"É óbvio que nós queremos que essas investigações prosperem e que a Justiça seja feita, mas há um viés político por trás dessa operação. A operação Furna da Onça tem 22 deputados estaduais sendo investigados e 74 assessores. E desses, pessoas com operações suspeitas muito mais volumosas, como o próprio presidente da Alerj, André Siciliano. E somente o Flavio Bolsonaro que tem tido todo esse rigor da Justiça e somente Queiroz que foi preso. E toda vez que há alguma ação sendo feita de investigações ou prisões envolvendo o nome de Wilson Witzel é que acontece alguma ação contra pessoas ligadas à família Bolsonaro", declarou o deputado.

Outro deputado federal a defender o governo Bolsonaro foi Bibo Nunes (PSL), afirmando que a prisão só ocorreu para denegrir a imagem do presidente.

"Esta prisão de Queiroz neste momento é mais uma tentativa para denegrir a imagem do presidente Bolsonaro. É muito simples: tem mais de um mês, esse pedido de prisão. Prenderam justamente hoje, neste momento conturbado em que vivemos. Outro detalhe importante também: caso se comprove culpa de Flavio, o que eu não acredito, caso ele tenha culpa, o próprio presidente Bolsonaro vai dizer. Se tem erro, vai pagar. Mas eu não acredito nessa culpa. Por enquanto, nenhuma prova cabal", expôs Bibo.

Oposição - Opositores também comentaram a prisão em suas redes sociais. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) foi um dos primeiros a se manifestar.

"A prisão de Fabrício Queiroz é uma peça importantíssima na possível relação da família Bolsonaro e a organização das milícias no Rio de Janeiro. Foi Fabrício Queiroz que apresentou o matador chefe do escritório do crime, Adriano da Nóbrega, à família Bolsonaro, que levou seus parentes a trabalharem como funcionários fantasmas dentro do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro. A filha do Fabrício Queiroz foi funcionária fantasma do então deputado Jair Bolsonaro. Trabalhava como personal trainer no RJ e repassou 80% do seu salário para o seu pai. São investigações fundamentais que podem revelar muita coisa entre a família Bolsonaro e uma relação criminosa na gestão dos seus gabinetes e também com as milícias do RJ", postou Freixo.

O vereador de São Paulo Fernando Holiday (Patriota) e coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), também conhecido por ser um ex-apoiador do governo Bolsonaro, declarou que espera ver o senador Flávio Bolsonado condenado e preso por conta dos crimes que cometeu."Esperamos em breve ver Flávio e os demais membros da família envolvidos na lavagem de dinheiro presos. Desejo que Queiroz abra a boca e entregue todas as falcatruas dos Bolsonaro. Grande dia!", postou.

O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro também se pronunciou. "O importante é que polícias, Ministério Público e Cortes de Justiça possam trabalhar de maneira independente e que todos os fatos sejam esclarecidos", postou Moro.