Volta às aulas presenciais ainda gera insegurança

Sanitização - Foto: Colaboração/Fernando Pessanha

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As instituições particulares de ensino se preparam para o retorno presencial das atividades, autorizado pelo então governador Wilson Witzel (que hoje se encontra afastado do cargo), a partir do dia 14 de setembro. No entanto, pais e profissionais de Educação ainda não se sentem totalmente seguros para a volta, após seis meses de suspensão por conta da pandemia do novo coronavírus.

Em meio às adequações ao "novo normal", escolas já se preparam com as medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus. Na Escola ANCT, no Catumbi, Região Central do Rio de Janeiro, já foi realizado o trabalho de sanitização. No entanto, a instituição ainda debate a melhor forma para o retorno.

"A gente ainda não decidiu como vai ser a volta. Alguns pais querem voltar, outros não. Alguns professores ainda não se sentem seguros para retornar. A gente precisa pensar com carinho, devagar. Já foi feita a sanitização no ambiente, fizemos os pedidos de álcool em gel para ficarmos preparados", afirmou o sócio-diretor da escola, Vitor Pina.

Pina ainda destaca a necessidade de maior atenção às crianças que moram junto com seus avós, na maioria idosos, que fazem parte do grupo de risco da covid-19. "A gente sabe que é difícil, principalmente as crianças menores, têm alguns que moram com avós", complementou o sócio-diretor da escola, que possui alunos de educação infantil e ensino fundamental.

A advogada Sabrina Pereira, de Niterói, está entre os casos de mães de alunos com pessoas idosas na família. Ela também demonstra preocupação com os profissionais das instituições e afirma que, caso a escola onde seu filho de 7 anos estuda, retorne no dia 14 de setembro, ele não irá para as aulas.

"Eu não estou segura para mandar meu filho para a escola. É colocar a vida dele e da família em risco. Penso também nos profissionais que estarão expostos. Não vejo porque expor meu filho, os profissionais e minha família, até porque tenho pessoas idosas em casa", pontuou.

A nutricionista Amanda Freitas, também moradora de Niterói, tem duas filhas de 3 e 8 anos, e não acredita que seja o momento adequado para as crianças retornarem à atividade presencial. Ela afirmou que não pretende mandar as meninas para as escolas neste momento por não ser seguro, especialmente por ainda não haver vacina para a covid-19.

"Eu não pretendo mandar as minhas filhas para a escola, não acho que é o momento ideal para isso, nem que seja seguro. Se para nós adultos já é difícil mantermos hábitos como uso de máscaras, higiene das mãos, não levar objetos na boca e compartilhar objetos. Não tem vacina e existe a possibilidade, com o retorno das aulas, do número de casos subir", disse.

Amanda também é professora, e defende o ensino a distância, que já vem sendo utilizado por grande parte das escolas, como alternativa mais adequada para manter as atividades letivas, pelo menos até o fim do ano. Para ela, não há benefício em retornar com as atividades presenciais de forma tão tardia.

"Didaticamente, não vejo nenhum benefício em retornar agora, já que a gente passou grande parte do ano letivo de forma remota. Esse ano o ideal é a gente fechar, já que as crianças já se adaptaram a essa metodologia e por questão de não confundir mais a cabeça das crianças", pontuou.

Vitor Pina também aponta para os benefícios do ensino a distância, adotado pela escola que dirige durante a pandemia. "Os pais já falaram que preferem o ensino a distância, que está sendo muito importante para a gente. Algumas pessoas que estavam reclamando passaram a aceitar mais o formato que estamos implantando", explicou.

Por meio de nota, o Sindicato das Escolas Particulares do Estado afirmou que as prevenções serão as estabelecidas pelos protocolos de saúde disponibilizados pelos órgãos competentes, sempre priorizando a segurança dos funcionários e alunos. A adesão para o retorno é uma decisão que cabe a cada instituição.