Risco: mapa mostra áreas mais sujeitas a inundações

Bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro: alagamentos são frequentes - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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No Rio, os desastres associados a deslizamentos e inundações são os que mais promovem danos e prejuízos, o que em última consequência eleva o número de vítimas fatais. Pensando nesse fator, a Defesa Civil do Rio mapeou as áreas com maior propensão a inundações no estado, tendo como base dados dos últimos 23 anos.

Através do estudo é possível identificar possíveis ameaças e cenários críticos para cada mês do ano, de acordo com a sazonalidade, possibilitando, assim, tomar decisões técnicas. Além disso, também evidencia a população mais afetada pelas inundações em cada época do ano, contribuindo para a gestão de desastres e favorecendo as ações de prevenção.

O trabalho foi realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Defesa Civil (Cepedec), com apoio do Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ).

"As inundações são os desastres naturais de maior recorrência e danos no mundo. No Estado do Rio de Janeiro, são responsáveis por quase 70% das decretações de emergência. O objetivo deste trabalho é contribuir para uma gestão técnica com base em dados que favoreçam as ações de redução de riscos. As informações apresentadas contribuem para o planejamento e adoção de estratégias de prevenção e medidas de redução de riscos junto aos órgãos municipais de Defesa Civil, Ambiente, Planejamento Urbano e Obras", afirmou o tenente-coronel Werner, diretor do Instituto Científico e Tecnológico de Defesa Civil (Ictdec).

A representação cartográfica considera três níveis de ameaça: baixa, média e alta. O período de novembro a março apresenta extensas áreas suscetíveis.

De acordo com o estudo, a partir do mês de outubro estendendo-se até março, é perceptível um aumento progressivo das regiões do estado considerados como críticas a eventos de inundações com decaimento a partir de abril até setembro, onde recomeça o ciclo sazonal de ameaças desprendidas principalmente aos grandes aglomerados urbanos.

Os resultados obtidos pelo mapa de susceptibilidade e de afetados por inundações, no mês de janeiro as regiões sul e serrana possuem boa parte de seu território entreposto em áreas susceptíveis a inundações, em contrapartida às áreas da região norte do estado do Rio com pequenas regiões inseridas neste contexto.

Observa-se ainda que algumas ocorrências de inundações nas regiões Norte e Litorânea do estado estão associadas às chuvas intensas, com grandes acumulados (milímetros) em pequenos períodos de duração (minutos), o que não contribui de forma significativa para a elevação dos acumulados anuais (mm/ano).

"Com estes documentos, os gestores públicos podem implantar medidas estruturais visando prevenir os desastres e problemas decorrentes de inundações ou mesmo sua ocorrência, desenvolver planos de contingência e políticas públicas que protejam as populações potencialmente afetadas", destacou o coronel Marcelo Hess, subsecretário de Estado de Defesa Civil.

Plano de contingência e prevenção de desastres - O governador em exercício Cláudio Castro anunciou que pretende lançar no próximo mês um novo plano de prevenção e contingência para desastres naturais, que inclui desassoreamento de rios e canais e atuação integrada de diversos órgãos. O objetivo é que o plano seja ampliado, com a mobilização dos prefeitos e o lançamento de um hotsite para facilitar a comunicação com os cidadãos.

O plano deve incluir uma atuação integrada e articulada com os demais órgãos da gestão estadual e com os 92 municípios fluminenses.O programa prevê a retirada de cerca de duas mil toneladas de sedimentos de 38 rios e canais de 20 municípios fluminenses. Entre eles, estão os rios Queimados, no município de Queimados; e o Sarapuí, em Nilópolis, ambos na Baixada Fluminense; Rio Ribeirão das Pedras, em Itatiaia; e Canal dos Coqueiros, em Campos dos Goytacazes.