Rio entra em estágio de atenção devido à chuva

Frente fria traz tempestade, ventania e causa alagamentos no Rio de Janeiro. Acesso à Avenida Armando Lombardi com bolsão d'água prejudica o trânsito de veículos e pedestres na Barra da Tijuca - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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O Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção às 8h15 desta terça-feira (22). Desde a noite da última segunda (21), a cidade enfrentou chuvas e ventos fortes em várias regiões. De acordo com o Centro de Operações da prefeitura do Rio (COR), em 24 horas, os locais que tiveram maiores acumulados de chuva foram Sepetiba, Alto da Boa Vista e Barra da Tijuca.

Em muitos bairros foram registrados bolsões d'água nas pistas, como na Barra da Tijuca, na zona oeste, e na Praça da Bandeira, na zona norte. Na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, os motoristas também enfrentaram problemas com a quantidade de água nas pistas. O trânsito foi paralisado em diversas vias da cidade por causa de alagamentos.

Segundo o COR, por causa do acumulado de 24h foram acionadas sirenes nas comunidades da Rocinha, na Zona Sul, e Formiga, na Tijuca, Zona Norte. Os acionamentos foram feitos às 8h10 e 10h40, respectivamente, e permanecem enquanto houver risco de deslizamento. O Sistema de Alerta e Alarme Comunitário para Chuvas Fortes da Prefeitura do Rio monitora, ao todo, 103 comunidades de alto risco geológico, acionando as sirenes em caso de atingimento dos índices pluviométricos necessários para a desocupação preventiva.

Tetos de 3 unidades de saúde não resistiram e desabaram. No Centro Municipal de Saúde Dr. Alvimar Carvalho, em Pedra de Guaratiba, a água das inflitrações do teto atingiu os pacientes que aguardavam atendimento. Na Clínica da Família Manuel Fernandes de Araújo, localizada na Pavuna, as calhas entupiram e parte do teto cedeu. Já na Clínica Vila do João, na Maré, parte do teto de gesso cedeu.

O Alerta Rio informou que, durante toda a manhã, o núcleo de chuva permaneceu estacionário no Maciço da Tijuca, mas logo começou a perder intensidade gradualmente.

Entre a noite de segunda (21) e a madrugada da terça (22), foram registradas sete quedas de árvores no município do Rio. Houve também a queda de um poste na Estrada Roberto Burle Marx, altura do nº 4181, em Barra de Guaratiba.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que no forte de Copacabana, na Zona Sul, foram registradas rajadas de vento de 61,6 km/h, por volta das 9h. De acordo com a Marinha, continua a ressaca no litoral do Rio e as ondas podem chegar a três metros. Por isso, a recomendação é não entrar no mar.

Durante toda a manhã, os aeroportos Santos Dumont e Galeão operavam com a ajuda de instrumentos.

O trecho do corredor Transoeste do BRT, entre as estações Santa Veridiana e Santa Cruz, foi fechado e a circulação da linha 10 (Santa Cruz - Alvorada) foi interrompida.

Por volta de 12h, quatro ruas da Zona Sul do Rio - sendo duas no Catete e duas no Jardim Botânico - ficaram interditadas.

O Centro de Operações informou que o estágio de atenção é o terceiro nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências já impactam a cidade, afetando a rotina de parte da população.

Niterói - A cidade de Niterói entrou em estágio de atenção por volta das 10h40 de terça-feira (22), segundo a Defesa Civil municipal. Ruas de Icaraí e do Centro ficaram alagadas e motoristas e pedestres encontraram dificuldade para passar pelos locais.

Região dos Lagos - Na Região dos Lagos, a forte chuva deixou nove bairros com registros de alagamentos.

Em Araruama, cerca de 30 pessoas foram direcionadas a um abrigo provisório montado no Colégio André Gomes, no bairro Bananeiras, com alimentação e produtos de higiene. De acordo com a prefeitura, até o final da manhã de terça-deira, já tinha chovido 126 mm. A previsão é que a chuva continue até quinta-feira (24).

Entre os bairros atingidos estão Rio do Limão, Mataruna, Areal, Praia do Hospício, Parati, Bananeiras, Boa Perna, Clube dos Engenheiros e Vila Capri.

Partes do teto do Hospital Estadual dos Lagos, em Saquarema, desabou e a água da chuva provou inundações nos corredores da unidade. De acordo com a direção do hospital, um cano não aguentou o volume da água e se rompeu. Ninguém ficou ferido. A direção afirma que em breve o teto será restaurado.

Recomendações - A Prefeitura do Rio pede que a população evite o deslocamento entre a tarde de hoje e madrugada de amanhã, não vá pelas regiões mais atingidas pela chuva, evite áreas sujeitas a alagamentos e/ou deslizamentos e não force a passagem de veículos em áreas aparentemente alagadas.

Em casos de ventos fortes e/ou chuvas com descargas elétricas, não se deve aproximar de árvores ou áreas descampadas. Nos pontos de alagamento, o melhor é não ter contato direto com postes ou equipamentos que possam estar energizados. O contato com a água de alagamentos também deve ser evitado porque a água pode estar contaminada e oferecer riscos à saúde.

Se houver sinais de rachaduras, trincas ou abalo na estrutura das residências, o morador precisa acionar a Defesa Civil pelo número 199 e evitar permanecer em casa. Moradores de áreas de risco precisam ficar atentos aos alertas sonoros, porque o acionamento das sirenes indica perigo de deslizamento.

As pessoas devem se deslocar para os pontos de apoio estabelecidos pela Defesa Civil Municipal. Os locais são informados pelo número 199. Em casos de emergência, ligue para os telefones 193 (Corpo de Bombeiros) e 199 (Defesa Civil).