Alunos da Faetec Niterói criam carro elétrico para treinamento e habilitação de motoristas

Alunos da Faetec Niterói criam carro elétrico para treinamento e habilitação de motoristas - Foto: Divulgação

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Invenção é o que não falta nos cursos técnicos e profissionalizantes da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, onde estudantes das áreas de tecnologia, meio ambiente e tecnologia surpreendem com suas criações. É o caso de um grupo de seis alunos da turma de Manutenção e Máquinas Navais da unidade da Faetec Henrique Lage, em Niterói, que está montando um carro elétrico para treinamento e habilitação de motoristas.

A ideia é treinar os futuros condutores, além de servir como meio de locomoção para empresas, mercados e escolas. Com capacidade para duas pessoas, o carro terá velocidade de até 40 km/h. Já foram feitos três pré-testes com o veículo até agora. O aluno Lucas Gomes Ferreira de Jesus, de 19 anos, que participa do projeto, conta que a ideia surgiu inspirada em outro programa que a escola já tem: o barco movido a energia solar.

"O carro elétrico vai funcionar de forma parecida. A placa solar capta a energia que vem do sol e passa por um controlador. Então, o carro poderá ser carregado no regime solar e também com a opção de carregamento por corrente elétrica", explica o estudante.

Lucas acrescenta que os alunos criaram ainda um posto de carregamento.

"Criamos um posto de carregamento movido a energia solar para melhorar a nossa autonomia que pode chegar até quatro horas de duração. O posto será um ponto de carregamento, onde é só chegar com o carro e, pela tomada, ele carrega o banco de baterias", acrescentou.

O veículo poderá vai atuar em pequenas áreas a exemplo de carrinhos de golfe e de transportes de passageiros dentro do aeroporto. A pandemia interrompeu a fase de testes, mas, segundo os estudantes, a parte elétrica já está 95% pronta. Assim que possível, os alunos voltarão a trabalhar na finalização do veículo.

Lápis sustentável

A aluna Júlia Vargas, de 17 anos, do curso Técnico de Administração da Faetec Santa Cruz, participou da criação da empresa PontaPapel e do desenvolvimento do lápis sustentável Lapel. A iniciativa recebeu o incentivo do programa de empreendedorismo Junior Achievement (JA), organização não governamental e sem fins econômicos. O produto é feito com a reutilização do jornal e vem com uma semente na ponta do lápis para o plantio. Júlia conta que sempre quis trabalhar com algum produto que fosse sustentável e acessível.

"Pensei em algo que não agredisse o meio ambiente e que fosse barato. Descobri que o jornal é mais fácil para fazer a ponta do lápis e mais resistente do que folha de caderno e revista. Ele possui cinco matérias primas: jornal, cola, água, grafite e a semente", disse a aluna.

O lápis existe desde maio de 2019, e já foram produzidas mais de 3.500 unidades, vendidas a R$ 1,25 cada. Júlia ressalta que o uso do lápis contribui para despertar a consciência ambiental de quem utiliza o produto.

"As pessoas estão acostumadas a ver a sustentabilidade como algo difícil de ser aplicado no dia a dia. O fato de o lápis ser usado com bastante frequência entre os jovens acaba tornando o engajamento das pessoas um hábito", enfatiza.

Absorvente ecológico e econômico

Outra invenção que surgiu com objetivo de diminuir os impactos ao meio ambiente é o absorvente sustentável chamado Absoft. A aluna Camila Ferreira Parcial, de 18 anos, do curso Técnico em Administração da Escola Adolpho Bloch, unidade que pertence a Faetec, teve a ideia após refletir sobre a sugestão do professor orientador do projeto, Francisco Fernandes, para que os alunos pensassem em algo que transformasse de forma sustentável a vida das pessoas.

"A intenção era criar um produto que realmente mudasse o hábito das pessoas. A ideia de ser um absorvente surgiu quando eu perguntei para as minhas duas irmãs e minha mãe o que mais a gente gastava dentro de casa. No dia seguinte, fizemos pesquisas na escola e comprovamos o quanto faria diferença o absorvente ser de pano e lavável", disse a estudante.

O preço do protetor íntimo varia entre R$ 15 e R$ 25. A vida útil do absorvente é de três a cinco anos, tempo aconselhável para os tecidos não ficarem desgastados. As vendas são por meio das redes sociais.

"Ele é feito apenas de pano: uma camada de algodão por ser antialérgico, uma para a absorção, uma impermeável até chegar a oito camadas para maior confiança para as mulheres. Muitas que usam o absorvente já queriam mudar de hábito, mas não achavam absorvente ecológico no mercado ou encontravam a preços muito altos", ressaltou Camila.

Os jovens estudantes da Faetec já criaram também dispositivo de segurança contra roubo de dados e senhas eletrônicas, medidor de energia para consumo de eletrodomésticos em tempo real, dispositivo para detectar vazamento de água, entre outras invenções.