'Novo normal': flexibilização traz diferentes modelos de negócios

Bar Mostarda (antigo Barkana) está passando por obras para reabrir, mas serviço de entregas vai continuar - Foto: Marcelo_Feitosa

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Reinvenção: está é a palavra de ordem entre comerciantes no contexto do "novo normal", estabelecido por conta da pandemia do novo coronavírus. Para se manterem competitivos no mercado, empresários de diferentes setores da cidade de Niterói apostam em novas estratégias de negócio.

É o caso do antigo Barkana, localizado na Rua Gavião Peixoto, em Icaraí, Zona Sul da cidade. Após ser destruído por um incêndio de grandes proporções, em novembro de 2019, o bar irá retornar nas próximas semanas com um novo nome (passará a se chamar Mostarda), mas mantendo a essência de ser uma opção para o chamado "happy hour".

"O que aconteceu com a pandemia, não só conosco mas em outros lugares, é que a gente não tinha condição de manter aberto e faturar. Conversando com os proprietários dos imóveis, vimos que a hora de fazer uma boa reforma era essa, o que não tem como fazer com o bar aberto", contou o dono, Marcelo Benício.

Com a queda no faturamento e a necessidade de reformar não apenas o Barkana, mas também os demais bares e restaurantes instalados no mesmo imóvel, os donos dos estabelecimentos e os proprietários do centro comercial firmaram uma espécie de parceria com o objetivo de manter o funcionamento e fazer as intervenções necessárias.

"A gente aproveitou a pandemia para renovar tudo, o prédio inteiro foi reformado porque chegamos a um acordo com os proprietários de não pagar o aluguel nesse período e esse dinheiro fosse revertido em obras, reformas", explicou Benício.

Outra forma de reinvenção do modelo de negócios encontrada por Benício foi o sistema de delivery. Com o fechamento de bares e restaurantes por quase 4 meses, por conta da pandemia da covid-19, viu-se a necessidade de investir mais em plataformas de entrega via aplicativo.

"A gente nunca deu muita atenção a essas empresas de entrega. Hoje a gente aprendeu muito em como trabalhar com elas. Meu faturamento atual é quase igual o de antes apenas atendendo presencial. Hoje seguimos no delivery, mas a gente vai reabrir com as duas frentes: presencial e entrega", relatou.

No mesmo bairro, na Rua Coronel Moreira César, duas empresárias aproveitaram o momento atual para abrir um salão de beleza diferente do convencional. O Up Club tem como leva o conceito conhecido como "fastandcool" ("rápido e legal") para provar que é possível ter um serviço de beleza de forma prática, acolhedora e com resultados incríveis.

"Nossa inspiração é nossa vivência como mulher, no mundo da beleza. Eu sou empresária em outros segmentos e queria fazer algo inovador, diferente em que a mulher possa transformar o dia dela no salão de beleza em um excelente dia. Você paga um preço único, toma uma bebida e fica bonita de forma rápida", disse Aline Bernardes, uma das sócias.

O Up Club fornece serviços em formato de cardápio, com modelos de escovas, penteados, maquiagens que seguem tendências de mercado e visagismo, além de bebidas que trazem pipoca como acompanhamento. Para Aline, independente da pandemia, o mercado da beleza continua tendo demanda.

"Quando a gente estava abrindo, veio a pandemia aí surgiu a dúvida de 'o que vamos fazer?'. As mulheres vão continuar sempre a consumir beleza e a mulher de hoje não consome só beleza, ela consome o por quê das coisas. A gente sabe que tem um conceito, que estamos focando na experiência das nossas clientes, de estar fornecendo algo diferente da vida dela e ela entende porque a gente está fazendo isso, vão consumir nosso produto, seja com pandemia ou não", concluiu.

Estado registra recorde de aberturas de empresas - A Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômic (SEDEERIRJ),registrou em agosto número recorde de empresas abertas no Estado do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. No total, foram contabilizados 6.036 novos negócios, o que representa um aumento de 23% em relação ao mesmo mês em 2019 (4.902 novas empresas).

Historicamente, agosto é o mês com maiores números de aberturas de empresas. Em um levantamento feito dos últimos 20 anos, apenas o ano de 2009 (7.676 empresas constituídas) superou a marca de 2020.

A Jucerja já vinha registrando um aumento gradual no número de aberturas desde o início da pandemia de coronavírus. O pior mês foi abril, com 1.081. Em maio, o número subiu para 2.171, chegando a 3.372 em junho. No mês de julho, foram contabilizadas 5.248 novas constituições.

"O número é um reflexo de todo um trabalho que o Governo do Rio vem fazendo para facilitar o processo de abertura de empresas e consequentemente melhorar o ambiente de negócios no Estado. Durante toda a pandemia, a Jucerja avançou no desenvolvimento do processo 100% digital, o que permitiu a continuidade dos registros. Além disso, somos a única Junta Comercial do país a utilizar o Biovalid, aplicativo de reconhecimento facial para assinatura de processos", explicou o presidente da Junta, Vitor Hugo Feitosa.

Outro recorde batido em agosto foi do tempo de registro de empresas. Apesar do aumento no número de aberturas, o tempo, que em julho foi de 43 minutos, caiu para 38 minutos, a melhor marca desde abril. n