Todos com a ‘mão na massa’

O chef Alexandre Gazé Filho criou um canal no youtube com dicas e receitas - Foto: Divulgação

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Com boa parte da população praticando o isolamento social como forma de prevenção ao coronavírus, a rotina diária da maioria das pessoas precisou ser reinventada. Tudo mudou: trabalho, lazer, atividades físicas, estudos e, claro, a alimentação. Assim, de uma hora para outra, cozinhar para si ou para a família virou uma necessidade, que fez com que muita gente procurasse páginas e canais na internet para aprender ou aprimorar suas habilidades culinárias. Afinal, não tem saúde nem orçamento que aguente viver de delivery.

“No geral, as pessoas preferem aprender receitas mais simples, preparações fáceis com ingredientes que elas possuem na dispensa e que possam fazer principalmente em família. Mas quando digo simples, estou enfatizando técnicas culinárias menos complexas, que não exijam grandes experiência na cozinha. Receitas que dão mais audiência são, na maioria das vezes, os pratos únicos e as repaginações dos clássicos como o mexidinho”, destaca o chef Vicente Maia que ensina receitas e técnicas através do feed e da IGTV em seu Instagram.

Voltar para cozinha redireciona uma tendência de comportamento que vinha se estabelecendo até então. Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em outubro do ano passado mostrou que as famílias brasileiras estavam comendo mais fora de casa e comprado mais alimentos prontos, ao invés de preparar comida para consumo dentro de casa.

No novo contexto, o tempo de deslocamento foi substituído pelo tempo no fogão. Dentro de casa e sem restaurantes abertos, até os de maior poder aquisitivo tiveram que dispensar seus ajudantes domésticos e vestir um avental para garantir as refeições.

“Eu tinha medo da panela de pressão, nem tinha em casa. Mas adoro feijão e com a quarentena, me vi desolada. Como eu ia comprar com os restaurantes fechados? Com o auxílio das minhas cunhadas e uma amiga, através de chamada por vídeo, consegui vencer esse medo medo e agora faço feijão quase sempre. Existem muitos sites, perfis no Instagram e programas nos canais fechados da TV que estão disponíveis na internet e ensinam receitas que não são nenhum bicho de sete cabeças. Outro dia fiz um espaguete com manteiga e sálvia. Algo super simples, prático, barato, que aprendi com um perfil do Instagram”, revela a publicitária Tainá Martins, de 38 anos.

Para ajudar nessa aventura, muitos supermercados oferecem em seus sites opções de cestas básicas com entregas delivery. Também existe uma infinidade de serviços que entregam frutas e hortaliças em casa, com opções até de cestas semanais, cheias de variedades. Além de ensinar receitas, muitos canais também se ocupam em transmitir o uso correto dos utensílios, técnicas de compra, estocagem, congelamento, entre outros.

“Para esse tempos de apreensão a cozinha pode até ser terapêutica. Um processo onde é preciso respeitar as etapas, o tempo, e para isso é preciso foco e atenção. Essa disciplina acaba te tirando do caminho da ansiedade, da depressão. Fora a criatividade, imaginação, pois pela internet não dá pra mostrar o sabor e o cheiro de nada. Então, quem assiste precisa criar seus próprios aromas e sabores, ressalta o Chef Alexandre Gazé Filho que mantém um canal no YouTube onde prepara receitas.

. São tantas páginas e perfis voltados a didática da culinária, que qualquer busca rápida no como por termos como ‘aprender a cozinhar’ nos leva aos mais variados variados desdobramentos do tema. Do arroz com feijão até a alta gastronomia, tem de tudo para quem quer aprender a colocar mais sabor no dia a dia. O período de isolamento social também tem sido marcado por lives com especialistas dando dicas valiosas. O primeiro passo é sempre começar a pesquisar pelas necessidades, tipo: ‘como fazer arroz’, e entre uma busca e outra, ir seguindo os conteúdos que mais atendem às necessidades do tipo de comida que se deseja aprender.

“Dá para aprender muito com a internet. Eu mesmo faço duas pós e estou me candidatando a um mestrado internacional com uma parte online. Além disso, gosto de seguir tags de culinárias que passam idéias rápidas. Tem muita gente boa fazendo comidas incríveis, criativas, deliciosas e totalmente disponíveis na rede para quem quiser aprender, conclui Alexandre Gazé.