Professora é torturada e assassinada em São Gonçalo e polícia não tem pistas do assassino

Professora foi assassinada em casa, no bairro Rio do Ouro - Foto: Reprodução

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Uma professora de educação infantil morreu após ser espancada na noite desta segunda-feira em sua casa, no Rio do Ouro, em São Gonçalo. A vítima possuía vários sinais de tortura.

Segundo a Polícia Civil, Angélica de Figueiredo Lima, de 42 anos, sofreu tentativa de estrangulamento com um cabo elétrico, foi perfurada com uma tesoura e queimada com um ferro de passar roupa na cabeça. O criminoso fugiu do local e a mulher conseguiu pedir socorro, pelo telefone, a um tio.

Ela foi socorrida de carro, por sua irmã, ao Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, também em São Gonçalo, mas não resistiu. De acordo com informações de testemunhas, a vítima já estava desacordada quando foi socorrida. A polícia ainda não tem pistas do crime.

"A gente ficava sempre à vontade aqui. Convivi com a família dela inteira. A gente não percebeu nada de diferente, eu nem dormi essa noite pensando nisso. Eu gostava muito dela. Ela não tinha namorado, nunca vi ninguém que visitasse ela", disse o aposentado Dailton Ioca, de 77 anos, que mora no mesmo terreno da casa de Angélica.

O idoso contou que, no momento do crime, por volta de 20h, estava em casa assistindo a um jogo de futebol na TV, com o volume alto. Além disso, no mesmo horário, acontecia um culto em uma igreja evangélica que fica em frente ao imóvel, com bastante barulho.

A Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói foi acionada às 22h20. De acordo com dados preliminares da perícia realizada na casa, na Rua Manoel Gonçalves Monte, havia sinais de briga na sala e no quarto. A residência não tinha sinais de arrombamento, mas a entrada dos fundos estava aberta quando a perícia chegou. O criminoso levou apenas o celular de Angélica.

A especializada trabalha com a hipótese de feminicídio, mas solicitou ao Instituto Médico Legal (IML) exame para apurar se houve violência sexual. Há a suspeita de que o assassino tenha algum tipo de relacionamento com a vítima. Vizinhos afirmaram que Angélica era uma pessoa reservada e jamais foi vista com namorado.

"A Angelica não conversava com ninguém, não sei como isso aconteceu com ela. Nunca vi ela nem com namorado. É um mistério. Ela era nascida e criada aqui no bairro. Ela era fechada, na dela, mas era uma ótima pessoa, trabalhava muito" disse uma vizinha de 76 anos, que preferiu não se identificar.

Angélica era professora de educação infantil em uma creche-escola particular no Ingá, Zona Sul de Niterói. Colegas de trabalho ficaram muito abalados. Todos os funcionários só guardam lembranças positivas da educadora. "Ela trabalhava aqui há quatro anos, uma profissional exemplar, amiga. A gente não sabe o que falar nesse momento tão difícil. Está todo mundo abalado e iremos suspender as aulas para compartilhar com a família esse momento de dor", disse Fernanda Menezes Vasconcelos, diretora da escola.

O sepultamento de Angélica ocorreu nesta terça, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo. A escola Passo a Passo, onde ela trabalhava, suspendeu as atividades em virtude do falecimento da funcionária, que lecionava para o maternal. A professora, que havia perdido sua mãe há cerca de um ano, era solteira, morava sozinha e não deixa filhos.