Justiça nega anulação de prisão para filho de Flordelis

Reconstituição mostrou que Flávio teria sido único a efetuar disparos, segundo delegado - Foto: Arquivo / Evelen Gouvêa

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O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou o pedido de anulação da prisão de Flavio dos Santos Rodrigues, filho biológico da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) e indiciado por homicídio qualificado contra seu padrasto, o pastor Anderson do Carmo. Também foi negado o pedido de invalidação dos depoimentos prestados pelo acusado na sede da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói.

A decisão do tribunal foi publicada na última quarta-feira (9). Segundo o advogado de Flávio, Mauricio Mayr, a defesa entrará, na próxima semana, com um pedido de habeas corpus para seu cliente.

Para a anulação da prisão, a defesa utilizava entre os argumentos, uma suposta carta atribuída a Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo da deputada e de Anderson e também indiciado pelo crime, na qual isenta a participação de Flavio no crime, atribuindo a mentoria do crime a outro irmão, o vereador de São Gonçalo Wagner Pimenta, o Misael da Flordelis (MDB).

Os advogados também pediram que os depoimentos prestados por seu cliente fossem invalidados sob a justificativa de que Flavio sofria torturas e estava preso em condições ruins na carceragem da DH. A especializada nega todas as acusações.

Carta - Na carta atribuída pela deputada a Lucas, ele teria afirmado que não tinha a intenção de matar seu pai e conta que o plano original era apenas "dar um susto" no pastor, a mando de seus irmãos Misael e Luan Santos, que é pastor. Em entrevista, Flordelis afirmou que a carta chegou à suas mãos através da mãe de outro detento. Lucas teria escrito a correspondência, entregue a um preso dentro do Complexo Penal de Gericinó, em Bangu, que por sua vez o encaminhou a sua mãe, que entrou em contato com a família da parlamentar a fim de entregar a carta.

Lucas também teria dito na correspondência que Misael pediu para "colocar a culpa no Flávio pra ninguém desconfiar de mim [Lucas]". De acordo com o jovem, outro motivo para a agressão seria que o pastor "estaria atrapalhando ele [Misael] na política e que controlaria todo o dinheiro dele".

Após sua prisão, Lucas teria afirmado que um advogado foi providenciado pela família para fazer sua defesa mas o teria abandonado após prestar os depoimentos que incriminaram tanto ele quanto Flávio. Atualmente, a Defensoria Pública assumiu a defesa de Lucas. A DH de Niterói não confirma a veracidade da carta e afirma que "não há considerações a fazer".