Polícia prende empresários suspeitos de fraudar licitação no Rio

Polícia prende empresários suspeitos de fraudar licitação no Rio - Foto: Divulgação

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A Polícia Civil, em ação conjunta com Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Controladoria-Geral do Estado (CGE), realizaram, nesta terça-feira (12), operação para prender uma quadrilha suspeita de fraudar uma licitação de R$ 10,6 milhões para o fornecimento de papel para a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão. O certame investigado aconteceu em 2016, durante o governo Pezão.

Quatro das seis pessoas que estão sendo procuradas foram presas, no início da manhã desta terça-feira. Equipes cumpriram ainda 15 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades do Estado. O principal alvo da operação, o empresário Walter José da Silva, foi preso em um condomínio de alto padrão na Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres (Praia de Icaraí), altura do número 103, Zona Sul de Niterói.

De acordo com o promotor Sauvei Lai, do MP-RJ, esta foi a primeira fase da operação e as investigações irão prosseguir. “Não está descartado o envolvimento de outras pessoas [na fraude], inclusive políticos e ex-políticos”, afirmou Lai. Cabe ressaltar que a falsa concorrência aconteceu durante o governo de Luiz Fernando Pezão (MDB), que está preso desde novembro de 2018, e responde por diversos crimes cometidos em seu mandato.

Segundo as investigações, Walter pertence ao quadro societário de duas empresas, Diboa e Somar, que concorreram na licitação, configurando a fraude. Os demais alvos da operação eram pessoas que trabalhavam com o empresário e também eram usadas como laranjas, entre eles estão familiares de Walter. Duas mulheres, com mandado de prisão em aberto, não foram localizadas, pois estariam em viagem à Irlanda, na Europa.

Os agentes realizaram também o bloqueio de contas bancárias dos investigados e o sequestro de bens e imóveis de luxo avaliados em aproximadamente R$ 10 milhões, localizados nos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caixas, Angra dos Reis, Araruama e Santa Maria Madalena. Entre os imóveis estão mansões de luxo e fazendas adquiridas a partir da fraude.

No imóvel em Angra, uma embarcação de luxo foi apreendida pelos agentes. No condomínio em Niterói, uma motocicleta de alto padrão, modelo BMW GTL 1800, foi levada pelos policiais. Carros de luxo também estão entre os bens apreendidos: um deles, da marca Mercedes-Benz, foi encontrado próximo ao condomínio onde Walter mora, em Icaraí. Além disso, R$ 35 mil e US$ 2 mil em espécie foram localizados.

Segundo o Departamento Geral de Combate à Corrupção e a Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil, “as investigações tiveram início a partir de informações encaminhadas pela CGE, após encontrar indícios de duas empresas que poderiam estar lesando a concorrência na disputa. Com base em trabalho de investigação e análise dos dados o DGCOR-LD chegou à identificação da quadrilha e o esquema praticado por eles.”

Os mandados da operação denominada La Casa de Papel foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os suspeitos vão responder aos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e fraude a licitação. Segundo o MP-RJ, uma segunda etapa deve eclodir em breve.