Caso Flordelis completa um ano

Flordelis participou da reconstituição que apontou Flávio como único atirador - Foto: Marcelo Feitosa

Polícia
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Na semana em que completa um ano do assassinato do pastor Anderson do Carmo, que aconteceu em 16 de junho de 2019, o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói, afirma que a investigação está perto de ser concluída.

"O desfecho está muito próximo", disse Duarte. De acordo com o delegado, o laudo pericial feito a partir da reconstituição do crime confirmou que todos os elementos indicam Flávio dos Santos Rodrigues, enteado do pastor e filho da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), como único autor dos disparos. A reconstituição descartou que tenha havido um segundo atirador.

"Todos os elementos apontam que foi o Flávio o único autor dos disparos que mataram o pastor", pontuou Allan Duarte.

Allan confirmou que os novos depoimentos, colhidos ao longo do primeiro semestre deste ano, foram fundamentais e ajudaram a esclarecer "os últimos contextos em que ainda restavam dúvidas". Segundo o delegado, a fase de oitivas referentes à investigação foi encerrada.

"Todo o contexto probatório foi analisado e já está concluído", completou o delegado.

Memória - Na madrugada de 16 de junho de 2019, o pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros no espaço entre o closet e a garagem da casa onde vivia com Flordelis e seus 55 filhos, no Badu, Região de Pendotiba, em Niterói, após retornar de uma confraternização, em que esteve junto com a esposa. Inicialmente, a parlamentar sustentou a versão de um assalto.

No entanto, logo a versão de latrocínio caiu por terra. No dia 20, durante o funeral de Anderson, Flávio foi preso, inicialmente por ter um mandado em aberto por um caso de violência doméstica. Um dia antes, Lucas Cézar dos Santos de Souza, filho adotivo do casal, também havia sido preso.

Indiciamento - Os irmãos foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado ao final da primeira fase do inquérito, que foi desmembrado em dois. A primeira ação referente à segunda fase foi a reconstituição do crime, feita no dia 21 de setembro.

Flordelis apresentou, em setembro de 2019, uma suposta carta escrita por Lucas, na qual ele assumiria sozinho a autoria do crime, inocentava Flávio e atribuia a mentoria a outro irmão, o vereador de São Gonçalo Misael da Flordelis (MDB). No entanto, meses depois, a investigação encontrou indícios de fraude na correspondência.

Em 22 de janeiro deste ano, o delegado Allan Duarte assumiu as investigações, após a então titular da DH de Niterói, Bárbara Lomba, ser transferida para a 11ª DP (Rocinha).

Desde a morte do pastor, sua mãe, Maria Edna do Carmo, e sua irmã, Michele do Carmo, também acabaram morrendo. A primeira foi acometida por um infarto, enquanto a segunda não resistiu à uma leucemia. O aparelho celular do pastor nunca foi encontrado. (Colaborou Marcelo Feitosa) n