Investigação aponta que Queiroz tinha caderneta com contatos para ajudá-lo na prisão

Prisão do Queiroz em Atibaia - Foto: Divulgação / Polícia Civil

Polícia
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Investigações apontam que Fabrício Queiroz tinha uma caderneta com anotações com nomes de pessoas que poderiam ajudá-lo caso fosse preso. Esse seria o motivo do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro não estar preso no Batalhão Especial Prisional (BEP).

"(...) determina à Secretaria de Administração Penitenciária – SEAP, que encaminhe o referido investigado para uma unidade prisional compatível com a sua segurança e o rigor da medida preventiva, preferencialmente no Complexo de Gericinó, em Bangu, estando vetada em qualquer hipótese sua custódia no Batalhão Especial Prisional – BEP”.

Queiroz foi preso na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, em Atibaia, interior de São Paulo, na manhã de quinta-feira (18). Ele segue preso em Bangu 8, onde ficará isolado por 14 dias seguindo o protocolo de prevenção da covid-19.

Paulo Emílio Catta Preta, advogado de Queiroz, afirmou que vai entrar com um pedido de habeas corpus para seu cliente. De acordo com o advogado, Fabrício Queiroz estaria recebendo ameaças desde que o caso veio à tona.

Pagamentos de plano de saúde e mensalidades escolares

O Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que o senador Flávio Bolsonaro teve a maior parte das contas do plano de saúde e mensalidade escolar das filhas pagas com dinheiro vivo. Aproximadamente 70% da quantia paga desses dois serviços foi quitada em espécie entre 2013 e 2018. Esse dinheiro, segundo os investigadores, é fruto da "rachadinha" investigada no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj.

A investigação mostra que 63 boletos do plano de saúde, que somam R$ 108.407,98, foram pagos em espécie, no entanto as contas registradas por Flávio e Fernanda, esposa do senador, para o serviço somam débitos de R$ 8.965,45.

Já as mensalidades escolares das filhas de Flávio tiveram 53 boletos pagos com dinheiro vivo, um total de R$ 153.237,65. As contas do casal neste serviço apresentam apenas R$ 95.227,36.

Segundo a investigação do MPRJ, existem imagens de Queiroz em um banco realizando um pagamento na mesma hora em que um boleto escolar das filhas de Flávio foi quitado. A ação ocorreu em outubro de 2018, mês que Fabrício Queiroz foi demitido.

 Os investigadores apuram, ainda, a utilização de dinheiro vivo pelo senador na compra de dois apartamentos em Copacabana, Zona Sul do Rio, um mobiliário para um apartamento na Barra da Tijuca e depósitos em uma loja de chocolate.

Flávio também pagou em espécie uma dívida com uma corretora em razão de investimentos na Bolsa de Valores, assim como um empréstimo, pago em dinheiro vivo, feito pelo policial militar Diego Ambrósio, que quitou uma das parcelas da compra de um imóvel para o senador.

Esposa de Queiroz continua foragida

Márcia Oliveira de Aguiar, esposa de Fabrício Queiroz, segue foragida da Justiça. Ela teve mandado de prisão expedido pelo Juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, logo após a prisão de Queiroz. De acordo com investigações do MPRJ, Márcia disse ao marido através de mensagens, em novembro do ano passado, que fugiria para São Paulo caso tivesse prisão decretada. 

A esposa de Queiroz também foi assessora parlamentar de Flávio na época em que ele foi deputado na Alerj.

Márcia está entre os 63 milhões que brasileiros que recebeu o auxílio emergencial de R$ 600. Segundo o site Congresso em Foco, o CPF da esposa de Queiroz consta como beneficiária do auxílio. Também há registro de recebimento do auxílio da ex-mulher de Queiroz, Débora Melo Fernandes.