Família de Anderson do Carmo pede que Flordelis seja afastada da Câmara

Deputada Flordelis - Foto: Divulgação

Polícia
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A família do pastor Anderson do Carmo entrou com petição junto à Câmara dos Deputados, solicitando o afastamento da deputada federal Flordelis (PSD-RJ). A parlamentar, denunciada como mandante do assassinato de seu marido, não pôde ter mandado de prisão preventiva emitido por possuir imunidade parlamentar.

O documento pede que seja retirado o “véu de imunidade parlamentar e permitindo que as investigações sigam o curso normal, em momento em que não somente o país como a democracia necessitam de credibilidade”. A petição, assinada pelo advogado assistente de acusação, ngelo Máximo, é endereçada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Caso Flordelis seja afastada, deverá ter o mandado emitido e, consequentemente, passaria a responder pelo crime na prisão. Cabe ressaltar que a deputada teve de entregar seu passaporte e está autorizada a se deslocar apenas entre Niterói, onde mora, e Brasília, onde trabalha.

Flordelis continua na mira da polícia

Denunciada pelo envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, a deputada federal Flordelis continua na mira da polícia por outra razão. Ela permanece sendo investigada por supostas irregularidades na adoção de seus filhos. Vale lembrar que, dos 55, apenas três são biológicos.

O inquérito é conduzido pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói. Nesta segunda-feira (31), a especializada anunciou que a apuração está em andamento, a deputada já foi ouvida e as diligências seguem para localizar e ouvir outras testemunhas.

A investigação foi aberta a pedido do Conselho Tutelar, em 2019, inicialmente para apurar a situação legal de uma jovem então com 14 anos. À época, a polícia estendeu a apuração para a situação de todos os demais filhos adotivos da parlamentar. Diversos depoimentos têm sido colhidos.

Em relação à jovem que originou o inquérito, foram intimados a prestar declarações o diretor da gravadora MK, de onde Flordelis era contratada, Carlos Knust; uma prima de Knust; parentes biológicos da menina; André, filho da deputada; além da própria parlamentar. A adoção aconteceu quando a menina ainda era bebê.

A prima de Knust havia afirmado que que a tia biológica levou a menina, ainda bebê, à sua antiga casa, no bairro da Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ela também contou ter ficado por poucas horas com a criança, apenas deu banho e a arrumou para entregar a Carlos, antes que ele passasse a menina a André.

Ela declarou que a família biológica da menina morava, na época, no mesmo bairro e passava por dificuldades financeiras e que, por isso, os ajudava com mantimentos além de ter levado a bebê para adoção. A polícia afirma que Flordelis pode responder criminalmente, caso seja apurada sua responsabilidade nas irregularidades.

A morte do pastor, além da investigação acerca das adoções, faz parte de uma trama familiar complexa, na qual existe uma empresa do líder religioso, investigada pela 72ª DP por fraude documental, além da descoberta de que Daniel dos Santos de Souza, antes tido como filho biológico do casal, na realidade era adotado.