Witzel: 'O Brasil não pode mais ser um país de intolerância política'

O governador Wilson Witzel dá posse a Marcelo Queiroz, novo secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento - Foto: Douglas Macedo

Política
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Wilson Witzel (PSC), governador do Rio, afirmou que “o Brasil não pode mais ser um país de intolerância política”. O chefe do Executivo fluminense também disse que, apesar de todas as divergências ideológicas, políticos não podem ser “lutadores de qualquer tipo de luta livre”. A declaração foi dada durante a cerimônia de posse Marcelo Queiroz como secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, que aconteceu no Salão Nobre do Palácio Guanabara.

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As afirmações foram feitas logo após o discurso de posse de Queiroz, quando Witzel apresentou o novo secretário ao engenheiro agrônomo Ramon Neves, subsecretário de desenvolvimento rural, que entrou no governo junto com o ex-senador e ex-secretário da pasta Eduardo Lopes (PRB). Neves é apontado pela área técnica da secretaria como altamente capacitado para exercer o cargo e é amigo pessoal de Witzel, que chegou a brincar que o subsecretário seria um “petista convertido”.

“Quero dizer que você (Marcelo Queiroz) vai contar com a força de uma pessoa que gosto muito. Vem pra cá, Ramon. […] O Ramon é um engenheiro agrônomo, é um amigo querido que eu conheci no programa de mestrado e ciência política. É um petista convertido. Eu brinco petista convertido, mas eu quero dizer uma coisa para todos os senhores e as senhoras. Eu posso ter divergência com o PT. Eu posso ter divergência com o Psol. Mas eu vou respeitar o direito deles defenderem suas ideias. O Brasil não pode mais ser um país de intolerância política”, afirmou Witzel.

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Ao complementar o tópico de sua fala, o governador também declarou que o debate das Câmaras Legislativas do país devem ser limitados aos diálogos. A afirmação de Witzel vem um dia após uma troca de xingamentos entre Rodrigo Amorim e Alexandre Knoploch, do PSL, com Jorge Miranda, prefeito de Mesquita, ser protagonizada na saída do plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Além disso, na última semana, um episódio de violência também foi protagonizado na Câmara Municipal de Sâo Gonçalo, onde um vereador chegou a desferir um soco em um colega parlamentar.

“Não pode ser mais um país onde na política se faça, da tribuna, da Câmara dos Deputados ou de qualquer Câmara Legislativa deste país, um rinque. Políticos não são lutadores de qualquer tipo de luta livre ou o que quer que seja. Políticos são lutadores pela liberdade e pela vida das pessoas […] Por isto, que aproveito sempre a oportunidade para poder falar da necessidade que nós temos de unir os esforços. A eleição é o momento de debate. É o momento do antagonismo. Mas é preciso, na hora de governar, deixar as divergências de lado para o bem da sociedade”, declarou o governador.

O governador também disse acreditar que a mudança, segundo ele, necessária na sociedade, deve vir, necessariamente, da estrutura partidária hoje existente. Sobre a possibilidade de candidaturas independentes, discussão reavivada pelo possível rompimento recente do presidente Jair Bolsonaro com o PSL, Witzel disse crer que a modalidade é “história da carochinha”.

“Nós ganhamos a eleição com voto do povo. Voto da esperança. Nós não governamos sem os partidos políticos e sem os políticos. Nós precisamos da política. Esse negócio de candidatura independente. Isso é história da carochinha. É preciso ter compromisso com o estatuto partidário. No nosso partido tem compromisso. Os deputados do nosso partido tem que cumprir com os compromissos estatutários. A política é feita de gestos, palavras e ações. Nós temos um projeto pro Brasil, nós queremos essa nação brasileira sendo o farol da América Latina”, complementou.

Metas 

Em seu discurso de posse, Marcelo Queiroz, novo secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, afirmou que já possui metas traçadas para a pasta. Entre elas, um esforço entre múltiplas secretarias de Estado será promovido para estimular a permanência da população em zonas rurais.

“A gente traçou alguns objetivos. Primeiro é estimular a permanência e o desenvolvimento na área rural, através de uma grande parceria com todas as secretarias estimulando inovação, conectividade, mobilidade rural, melhoria das estradas, resgate da autoestima do produtor rural e qualificação”, afirmou.

Na oportunidade, estiveram presentes lideranças políticas do Estado do Rio. Entre eles, o vice-governador Claudio Castro, os secretários André Moura, Juarez Fialho, Otávio Leite e Lucas Tristão, além do deputado estadual Paulo Bagueira (SDD) e dos vereadores niteroienses Milton Cal (PP) e João Gustavo (PHS).