Heat alerta sobre a importância da doação de órgãos

O principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância do ato - Foto: Divulgação

Saúde
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Em comemoração ao Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado no próximo dia 27, o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, realiza nos dias 20 e 25, na área de convivência da unidade, o evento "Setembro Verde", cujo objetivo principal é conscientizar a população em geral sobre a importância da doação. A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) da unidade bateu a marca de 75 órgãos captados este ano.

Nesta sexta-feira (20), a equipe do CIHDOTT faz a abertura da exposição fotográfica "Plante Essa Ideia. Transplante Vida" com imagens feitas no Jardim do Doador pela fotógrafa Tayrine Miranda e também pelos parentes dos doadores e profissionais envolvidos no processo de captação. No dia 25, às 9h, a direção do Hospital Estadual Alberto Torres fará uma sessão solene em homenagens a familiares e aos profissionais do CIHDOTT.

Nos últimos sete meses, o trabalho da equipe do CIHDOTT, liderada pelo médico Sandro Montezano, foi intenso entre a sala vermelha, os CTIs e o Centro de Trauma. Após o cumprimento de todos os protocolos necessários na tentativa de dar sobrevida ao paciente com morte cerebral, a equipe entra em ação no processo de acolhimento aos familiares e na possibilidade de doação.

Neste período, a taxa de autorização familiar foi de 74,46% e a taxa de efetividade fechou em 48,9%. A equipe de captação garante que os boms resultados são consequência do processo de humanização dado aos pacientes e aos seus familiares.

“A maioria dos familiares não conhece o processo de doação de órgãos. Mas após conversarem com a equipe de profissionais do CIHDOTT, somado ao atendimento recebido na unidade, eles aceitam e autorizam a doação”, explica o diretor do Heat, Rafael Riodades.

Após a permissão da família, a CIHDOTT entra em contato com o Programa Estadual de Transplantes (PET) para organizar o processo de doação e captação. Nesta etapa, dependendo do órgão captado e do local onde está o paciente que irá recebê-lo, são usados viaturas da Polícia Militar e até helicópteros.

O trabalho de salvar vidas do CIHDOTT levou até vários hospitais do Estado do Rio de Janeiro 17 fígados, 21 rins, 3 pâncreas, 3 corações, 1 pulmão, 27 córneas e 3 ossos somente nos primeiros sete meses deste ano.

Para tornar o processo menos doloroso e buscar simbologias que ajudem as famílias a superar a circunstância de dor, o Hospital Estadual Alberto Torres transformou o difícil momento da perda de um ente querido em uma sensível homenagem.

“O nosso psicólogo Luis Antônio Silva, sensibilizado com o alto índice de autorizações, criou na área interna do hospital o Jardim do Doador. O espaço foi preparado e ganhou infraestrutura e nele são plantados jasmins que simbolizam a vida de cada paciente. Todos os dias vários familiares visitaram, rezam, oram e conversam com a bela árvore. Para eles a planta tem um valor sentimental e emocional enorme”, garante Riodades.

Entre as famílias que adotaram pela doação de órgãos este ano está a de Gabriel Lannes Gonçalves, de 23 anos, morto após um acidente de moto na Rodovia BR 101, no bairro do Gradim.

Emocionados, os pais de Gabriel, Salomão Gonçalves Conceição e Maria Luiza Guimarães, antes de plantarem a muda de jasmim simbolizando o ato da doação, falaram do amor pelo filho, da sua morte e do atendimento recebido pela equipe do Hospital Estadual Alberto Torres.

“Eu era contra a doação de órgãos, mas hoje eu vi que o trabalho que é feito aqui neste hospital é sério. Estou em paz, mais tranquilo, mais confortado. Meu filho era meus braços e minhas pernas. Nós construímos a nossa casa juntos. Aquilo que eu não podia fazer ele assumiu. Mas ele foi chamado e só vamos ficar com as boas lembranças. E quero aqui aproveitar para agradecer a toda equipe do hospital. Meu filho recebeu todo o atendimento necessário aqui com muita dedicação e carinho”, garantiu o pai do Gabriel.