Rio já se prepara para surto de dengue

Municípios de todo o Estado do Rio se preparam para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue - Foto: Fotos de divulgação

Saúde
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Após alerta do Ministério da Saúde de que o Rio de Janeiro pode ser alvo de um surto de dengue a partir de março deste ano, municípios do estado se preparam para conscientizar a população sobre os riscos da doença.

Neste ano, no estado do Rio de Janeiro, já foram notificados 27 casos de dengue, 1 de zika e 109 de chikungunya. No ano passado, foram registrados 32.514 casos de dengue, 1.556 de zika e 86.187 de chikungunya, com 64 óbitos. Já em 2018, foram 14.763 casos de dengue, com duas mortes, 2.339 de zika e 39.082 de chikungunya, com 18 óbitos. De acordo com o secretário de estado de Saúde, Edmar Santos, serão repassados cerca de R$ 11 milhões aos municípios para fortalecimento das ações de vigilância e controle de arboviroses.

O objetivo do cofinanciamento é garantir a estrutura básica para que as ações de vigilância e controle do Aedes aegypti sejam implementadas pelos municípios, como compra de veículos, equipamentos e qualificação da Vigilância Epidemiológica.

A Secretaria de Saúde ressalta, ainda, que realiza, ao longo de todo o ano, um trabalho de conscientização da população sobre os riscos das doenças e dá dicas de como eliminar os focos do vetor dentro da própria casa, além mobilizar para o combate do Aedes.

Niterói - Em Niterói, no ano de 2019, houve redução de 90% dos casos de dengue, zika e chikungunya, na comparação com 2018. Segundo dados da Fundação Municipal de Saúde, de janeiro a dezembro de 2019, foram notificados 292 casos de chikungunya, 343 de dengue e 88 de zika. Já em 2018, foram 2887 casos de chikungunya, 1652 de dengue e 344 de zika. Não houve óbito na cidade no ano passado.

As equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizam um trabalho intenso de rotina de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti durante todo ano em Niterói. Agentes vão de casa em casa realizando vistorias, combatendo possíveis focos do mosquito e orientando moradores sobre medidas preventivas. Além do trabalho diário, aos finais de semana, são realizados mutirões para intensificar as ações de combate.

Niterói também possui Comitês Regionais de Combate à Dengue, organizados pelas Policlínicas Regionais e o CCZ, com ações elaboradas de acordo com as características de cada comunidade. Nos quatro Levantamentos Rápidos de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), Niterói obteve índice inferior a 1%, patamar considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde. Esse foi melhor resultado alcançado desde 2003.

Outra parceria importante é com a Fiocruz e o projeto World Mosquito Program Brasil (WMPBrasil), que libera no ambiente mosquitos Aedes aegypti que têm capacidade reduzida de transmitir arboviroses como dengue, zika, chikungunya. Até o momento, análises apontam que o método já apresenta resultados positivos nos locais em que está presente.

São Gonçalo - Como forma de ampliar o combate ao aedes aegypti, em setembro do ano passado a Prefeitura de São Gonçalo adquiriu 10 motofogs, motos adaptadas para a pulverização de inseticidas. Atuando em diversas regiões da cidade, sobretudo naquelas distantes dos centros urbanos, o Departamento de Vigilância Ambiental, iniciou neste ano a ampliação das rotas de ação e até o final deste mês alcançará todos os bairros da cidade com os equipamentos.

A Coordenação de Vigilância Epidemiológica, em 2019 o município de São Gonçalo contabilizou 1.299 casos de dengue, o que corresponde a menos da metade dos casos de 2018, com mais de 3 mil notificações. A prefeitura informou que houve apenas um óbito por dengue no município, no ano de 2018.

No ano de 2019, o município contabilizou 230 casos de Zika e 2040 de chikungunya. Além disso, um caso de óbito por chikungunya. Neste ano, até o último levantamento, realizado no dia 13 de janeiro, o município registrou um caso de dengue, 2 de chikungunya e nenhum de zika.

De acordo com o último Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (Lira), realizado pelo Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental, o município de São Gonçalo aponta um resultado de baixo risco no nível de infestação com larvas do mosquito. Dos 92 bairros analisados, 65 apresentam índice satisfatório.

A Prefeitura de São Gonçalo informou que a cidade conta com cinco carros fumacê e mais de 600 agentes que realizam o trabalho de fiscalização dos espaços, visitas domiciliares, colocação de telas em caixas d'água e eliminação de possíveis focos. O Executivo alerta que para solicitar a visita das equipes ou ainda relatar casos de possíveis focos, basta ligar para o número 2604-6446, do Departamento de Vigilância Ambiental.

Itaboraí - Itaboraí também vem reforçando o combate ao Aedes aegypti. São realizadas ações como a utilização de fumacê; realização de visitas focais nas residências dos casos suspeitos e realização de ações em um raio de 100 metros a partir do domicílio em questão; desenvolvimento do Projeto Brigadistas, onde pessoas são treinadas para identificação e manejo (não químico) de foco gerador em seu ambiente, seja ele uma escola, uma empresa, ou outro; notificação semanal de casos suspeitos; vigilância laboratorial para confirmação de casos (fomos o único município na Região Metropolitana II que fizemos isolamento viral do vírus Dengue tipo 2); realização de ações nas escolas com o Projeto Brigadista e também pela Secretaria de Educação com os alunos, buscando a conscientização de forma lúdica; mutirões em áreas sem cobertura do PMCD ou áreas onde se observa crescimento do número de casos; dentre outras.

No município, em 2019, foram 1.037 mil casos de dengue, 1.415 mil de chikungunya, 6 casos de zika e não houve nenhum óbito.

Petrópolis - A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, intensifica no verão as ações educativas, com a distribuição de panfletos e abordagem à população em praças, terminais rodoviários e demais pontos de grande circulação.

Equipes da prefeitura também realizam visitas domiciliares, onde são realizadas vistoria, destruição de criadouros e aplicação de larvicidas, quando necessário. Durante todo o ano de 2019, foram realizadas 134.209 visitas pelos agentes da Vigilância Ambiental. A orientação é para que a população ponha em prática os 10 Minutos Contra a Dengue, identificando e eliminando os criadouros de mosquitos em suas residências.

A cidade serrana registrou em 2019 38 casos de dengue, 620 de chikungunya e sete de zika. No ano de 2018, foram oito casos de dengue, 10 de chikungunya e dois de zika. A Prefeitura de Petrópolis não informou os números dos casos da doença neste ano.

O alerta do Executivo é para que independente da estação do ano, o trabalho de combate aos vetores e de orientação à população é desenvolvido continuamente.

Alerta para a Febre Amarela

O Ministério da Saúde divulgou um alerta de que ao menos 38 macacos morreram por febre amarela de julho de 2019 a 8 de janeiro de 2020. Além disso, mais de mil mortes suspeitas de primatas foram investigadas. O maior número de mortes ocorreram nas regiões Sul e Sudeste, o que causa preocupação aos moradores do estado, pois a morte dos animais é um sinal de alerta de que a doença pode voltar a afetar essas regiões.

Segundo o Ministério da Saúde, o vírus da febre amarela se mantém naturalmente em um ciclo silvestre de transmissão, que envolve macacos e mosquitos silvestres. A pasta realiza um monitoramento para antecipar a ocorrência da doença e, dessa forma, intervir para evitar casos humanos, por meio de vacinação.

O público-alvo para vacinação são pessoas a partir de nove meses de vida e 59 anos de idade que não tenham comprovação de vacinação. Em 2020, as crianças passaram a ter um reforço aos quatro anos de idade.

Para este ano, a pasta já adquiriu 71 milhões de doses da vacina, o suficiente para atender o país por mais de três anos.

No Rio de Janeiro, a vacina é oferecida pelos municípios, através das unidades municipais de saúde, como Postos de Saúde, Centros Municipais de Saúde e Policlínicas.

Vacinação contra o Sarampo

Na última semana, o estado do Rio de Janeiro iniciou a campanha de vacinação contra o sarampo, em uma tentativa de impedir que a região sofra com um surto da doença. Com o tema "RJ contra o Sarampo", a campanha segue até o dia 13 de março e tem o objetivo de vacinar 3 milhões de pessoas nos 92 municípios do estado. De acordo com especialistas, a imunização é a única forma de prevenção. O público-alvo é a população de 6 meses a 49 anos de idade.

No ano passado, o Rio de Janeiro registrou 373 casos de sarampo, onde a maior parcela dos casos ocorreu na capital e na Baixada Fluminense.

Segundo a Secretaria de Saúde do estado do Rio, a expectativa é de que ocorra mais de dez mil casos da virose este ano, doença que em 2016 era erradicada do país. A vacina contra o sarampo faz parte do calendário de rotina, ou seja, está à disposição o ano inteiro, contudo, por determinação do governo do estado, a orientação é de que a população se dirija às unidades para se imunizar.

A campanha de vacinação no Rio terá dois Dias D, no dia 1º de fevereiro e 7 de março, onde será reforçada a mobilização, incluindo polos de vacinação em locais de grande circulação.