Acusado de assedio sexual, cartola do handebol renuncia

Ricardinho renunciou ao cargo de presidente interino da CBHb através de uma carta - Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

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Ricardo Luiz de Souza, conhecido como Ricardinho, renunciou ao cargo de presidente em exercício da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Ele foi suspenso por dois anos pelo conselho de ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB), devido a uma acusação de assédio moral e sexual durante os Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru), em 2019, e ocupava o posto por meio de liminar.

A renúncia coincide com a pressão do COB para Ricardinho deixar o cargo, recusando-se a liberar recursos à CBHb enquanto ele permanecesse. A verba é necessária para viabilizar a participação do Brasil no Mundial Masculino, em janeiro, no Egito.

"O não repasse foi uma decisão unilateral e arbitrária do COB. Dentro da própria decisão e em outras decisões do conselho de ética se fala da autonomia das entidades e do limite de atuação do CECOB [Conselho de Ética do COB]. Não existe fundamento jurídico para isto", disse Ricardinho à "Agência Brasil".

Ricardinho ocupava a direção da CBHb no lugar de Manoel Luiz Oliveira, que presidia a confederação desde 1989. Acusado de mau uso de dinheiro público na organização do Mundial Feminino de 2011, no Brasil, Oliveira foi afastado pela Justiça e Ricardo - que era o vice imediato - assumiu o posto. Em março, Manoel foi reconduzido à presidência, por meio de liminar, sendo afastado novamente em setembro e dando outra vez lugar ao vice.

A crise da entidade atingiu a preparação das seleções, especialmente à masculina, que teve três técnicos no período. Washington Nunes foi demitido após a eliminação na semifinal do Pan do ano passado para o Chile. O espanhol Daniel Gordo foi contratado e comandou o Brasil no Torneio Centro-Sul-Americano, em janeiro deste ano. O vice garantiu a classificação ao Mundial de 2021. Com a volta de Oliveira, Nunes retornou à equipe, mas deixou o posto assim que Ricardinho reassumiu a presidência.