Justiça concede liminar para suspender concessão do Complexo do Ibirapuera

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Nesta segunda-feira, a juíza Liliane Keyko Hioki, da 2ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, concedeu tutela de urgência para suspender, até decisão judicial em contrário, a publicação do edital de concessão do Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, conhecido como Complexo do Ibirapuera, que abriga dois ginásios, um estádio de atletismo além de um parque aquático.
A informação foi publicada pelo Blog Olhar Olímpico, do UOL. O pedido veio através de ação popular, que conta com a assinatura de diversos atletas olímpicos, além de Eduardo de Castro Melo, filho do arquiteto e atleta olímpico Ícaro de Castro Melo, que projetou o complexo.
Em sua decisão, a juíza destacou que “O Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães é sabidamente referência de esportistas na cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo e no Brasil”. Na justificativa, Liliane Keyko Hioki ainda cita atletas como Maurren Maggi, Rafael Silva, Arthur Zanetti e Cesar Cielo, que cresceram em competições disputadas no local.
Ela ainda ressalta que o Complexo do Ibirapuera abriga um projeto social, no qual “atletas de menor poder aquisitivo de todo o país residem e treinam nas suas dependências.”
“É certo que, como todo aparelhamento esportivo público do país, o Complexo foi esquecido pelo Poder Público e não se mostra tão grandioso como outrora, há deterioração das áreas e dos aparelhos, porém, isso não pode ser motivo para se destruir um marco da cidade. A preservação, como em qualquer país civilizado, deve prevalecer, porque nisso está o interesse público”, escreve.
Na interpretação da juíza, a proposta de concessão “parece transformar uma das poucas áreas públicas destinadas a práticas esportivas e de lazer em centro comercial, primordialmente, e, secundariamente, área para esportes”. Ela ainda cita o complexo como um “marco de uma época, de um estilo arquitetônico, que uma vez demolido para sempre estará perdido”.
No projeto de referência utilizado pelo Estado de São Paulo, o prédio do Ginásio do Ibirapuera seria transformado em um shopping. Já o parque aquático daria lugar a torres comerciais, com escritórios e hotel. Seria erguida ainda uma arena multiuso no local em que hoje fica o Ginásio Mauro Pinheiro e o estádio de atletismo. O edital ainda prevê, como contrapartida esportiva, a construção de quadras poliesportivas, uma quadra de tênis, uma de futebol de areia e uma pista de skate.