Bahia decide reintegrar Ramírez e se compromete com novas ações antirracistas

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Em carta aberta publicada em seu site oficial, o Bahia revelou que a perícia contratada pelo clube não encontrou ato de injúria racial que teria sido feita por Juan Pablo Ramírez a Gerson e Bruno Henrique, no duelo contra o Flamengo. Assim, o jogador colombiano deve ser reintegrado ao elenco.
“Os laudos das perícias em língua estrangeira contratadas pelo Bahia não comprovam a injúria racial e o clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Indio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes. O papel do Bahia é de formação e transformação, sempre preservando os direitos fundamentais e a ampla defesa. O atleta deverá ser reincorporado ao elenco tão logo os profissionais da comissão técnica e psicólogos entendam adequado.”, diz o clube no quarto tópico da carta, intitulado “O que fazer?”.

CARTA À SOCIEDADE

Agir estruturalmente e aprofundar o debate racial ?? https://t.co/1UpJcVSi8A#BahiaClubeDoPovo pic.twitter.com/rsoqJ1nalH
— Esporte Clube Bahia (@ECBahia) December 24, 2020
Depois de ser acusado pelo meia Gerson de ter dito “cala a boca, negro”, Ramírez foi afastado pela diretoria do Bahia logo após a partida contra o Flamengo. O clube carioca também alegou que o jogador colombiano teria cometido outro ato racista com Bruno Henrique, em outro foco de confusão. Ramírez ainda chegou a se defender através de um vídeo publicado nas redes sociais do Tricolor Baiano.
Além de afirmar que a perícia contratada não encontrou injúria racial nas falas de Ramírez e comunicar a reintegração do atleta, a carta do Bahia também traz novos compromissos do clube com outras ações antirracistas. Com o argumento de que atos de discriminação racial não são “casos isolados”, o clube se comprometeu com seis itens medidas:
1. Inclusão de cláusula anti-racista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.
2. Proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil.
3. Implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada. Não haverá jogador ou jogadora que vista a camisa do Bahia sem que tenha antes a oportunidade de obter acesso a uma imersão sobre racismo estrutural.
4. Encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições.
5. Inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância.
6. Apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol