Desconstrução ou manutenção? Veja os desafios que Crespo terá no São Paulo

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Hernán Crespo é o novo treinador do São Paulo. Prestes a assumir um gigante do futebol brasileiro, o argentino sabe que terá muitos desafios pela frente. Herdando um trabalho de um ano e quatro meses de Fernando Diniz, o ex-comandante do modesto Defensa y Justicia precisará decidir se vai manter boa parte do que foi feito pelo antigo técnico tricolor ou começar do zero.
Embora tenha um estilo semelhante ao de Fernando Diniz em certas ocasiões, como na saída de bola, optando por passes desde a defesa, Hernán Crespo também conta com algumas diferenças, como um jogo mais vertical.
Para se ter uma ideia, o São Paulo, sob o comando do interino Marcos Vizolli, enfrentou o Ceará na última quarta-feira e, de acordo com a Footstats, trocou durante o jogo 518 passes, superando sua própria média, que é de 502 passes por jogo, e a média do campeonato, que é de 390 passes por partida. Apenas Atlético-MG e Flamengo tocam mais a bola que o Tricolor, que, mesmo sem Fernando Diniz, continua jogando à sua maneira.
É bem verdade que contra o Ceará o São Paulo criou muito mais chances do que vinha criando com Fernando Diniz. Na última quarta-feira, Daniel Alves e companhia finalizaram 17 vezes no gol, contra apenas seis chutes do adversário. A média de arremates do Tricolor no Brasileirão é de 15 por jogo.
Por outro lado, o São Paulo é o segundo time que menos faz lançamentos no Brasileirão, à frente apenas do Bahia. Opção bastante usada por algumas equipes para romper linhas e sair em velocidade pelos lados de campo, esse tipo de jogada foi praticamente ignorada pelo Tricolor de Fernando Diniz nos últimos meses, mas, com a chegada de Crespo, a tendência é que bolas longas voltem a fazer parte do jogo da equipe.
Justamente por preferir a troca de passes no campo ofensivo, o São Paulo também se transformou no time que mais sofre lançamentos do adversário no Brasileirão. Geralmente exposto por tentar impor uma superioridade numérica na transição para o ataque, o Tricolor é o quarto time que mais sofre bolas longas dos adversários, atrás apenas de Atlético-MG, Atlético-GO e Athletico-PR.
Com uma comissão técnica composta por mais cinco profissionais, Hernán Crespo ainda não iniciou os trabalhos no Morumbi, mas certamente já vem acompanhando os jogos do São Paulo e as principais características de sua nova equipe. Resta saber quais mudanças o argentino irá implementar no clube.