Mattos fala sobre legado deixado no Palmeiras: “Metodologia de elenco e base”

Esportes
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Entre 2015 e 2019, Alexandre Mattos ocupou o cargo de diretor de futebol do Palmeiras. Durante o período, o cartola participou da montagem dos times campeões da Copa do Brasil de 2015, além dos Brasileiros de 2016 e 2018. Mais de um ano depois de ter sido demitido, o profissional ainda enxerga um legado deixado dentro do clube.
Em entrevista ao programa “Dividida”, do “Uol Esporte”, Mattos explica que tem muito orgulho dos títulos conquistados, mas exaltou a metodologia de elenco e base que implementou no Verdão. O ex-dirigente alviverde ainda disse que está muito feliz pelo recente sucesso do clube, que faturou o Campeonato Paulista, a Libertadores e a Copa do Brasil na temporada de 2020.
“O maior orgulho que eu tenho são os títulos, o resgate do Palmeiras, do orgulho do torcedor, mas de deixar um legado, que eu sabia que era absolutamente com potencial de manter a metodologia implementada desde 2015, de elenco, de base e de profissionais. O legado era importante, e eu estou muito feliz mesmo com tudo que vem acontecendo”, afirmou.
Mattos ainda elegeu Dudu como a principal contratação que fez durante seu período no Palmeiras. O cartola disse que o Verdão não estava sendo respeitado no mercado, mas que a situação mudou após a negociação com o Grêmio em janeiro de 2015.
“No Palmeiras, é inegável, foi o Dudu (a maior contratação), por tudo que foi. Palmeiras estava numa baixa autoestima monstruosa. Lembro da disputa muito grande com Corinthians e São Paulo, os dois na Libertadores, e o Palmeiras vindo de um quase rebaixamento (em 2014). A gente precisava dar uma cara nova, de um time novo, mostrar para o mercado que o clube tinha resgatado aquilo. O mercado não estava mais respeitando o Palmeiras, a verdade é essa. Eu ligava para empresários e a resposta era sempre negativa. Quando o Dudu veio, mudou a chavinha”, lembrou.
A campanha abaixo no Brasileirão de 2019 e as eliminações consecutivas na Libertadores acabaram pressionando Alexandre Mattos no Palmeiras, que acabou demitido após uma derrota para o Flamengo no Allianz Parque. O antigo diretor de futebol disse que tanto os momentos bons quanto os ruins tem um peso maior no Alviverde.
“O Palmeiras é um clube diferente, por tudo que envolve. A torcida é muito apaixonada, mas é muito ansiosa também. O Palmeiras viveu de 2002 até 2014 muita dificuldade, o torcedor sofreu muito. Muitas vezes essa ansiedade era dentro do estádio, do palmeirense muito apaixonado. Ganhar no Palmeiras é uma coisa completamente diferente, mas a bronca também é muito grande quando as coisas não caminham”, explicou.
Por fim, Mattos falou sobre a tentativa do clube em mudar o perfil e adotar um estilo considerado ofensivo, contratando técnicos como Eduardo Baptista e Roger Machado. A ideia, no entanto, durou pouco tempo, já que o Verdão acabou contratando Luiz Felipe Scolari em 2018 após alguns resultados ruins sob o comando de Roger
“Ali foi uma tentativa da tal ‘Academia’, que o clube sempre teve, de jogadores técnicos, de desenvolvimento. A gente detectou ali no meio do projeto do Roger que ele tinha ideias claras de metodologia de jogo, era um time arrumado, mas faltava alguma coisa que um profissional como o Felipão podia nos dar. Por isso que deu certo, ele trouxe o que faltava naquele momento”, disse.
“Em 2018, conquistamos o Campeonato Brasileiro jogando com reservas durante praticamente um turno inteiro, já que estávamos disputando Libertadores e Copa do Brasil, chegando nas duas na semifinais. E conseguimos ganhar o Brasileiro, em três anos era o segundo título. No ano que a gente não ganhou, fomos vice. Foi uma hegemonia do Campeonato Brasileiro, que o Palmeiras não conquistava desde 1994. Quando o Paulo Nobre foi me contratar, ele falou: ‘Alexandre, a Libertadores é importante, mas eu quero o Brasileiro’. Tinha uma necessidade de resgatar isso”, concluiu.