Funding: diretoria do Santos pedirá autorização ao Conselho na próxima quinta

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O Santos pedirá autorização ao Conselho Deliberativo na reunião da próxima quinta-feira para colocar em prática o funding proposto pelo presidente Andres Rueda.
O Peixe apresentará o modelo financeiro para empréstimo bancário, com parecer favorável da Comissão de Estatuto. O objetivo é captar recursos financeiros para resolver dívidas urgentes de curto prazo.
Rueda convenceu empresários santistas a ajudar em uma espécie de linha de crédito para o Alvinegro por meio de um banco. Esses associados aplicariam determinado valor numa instituição em troca de um rendimento igual ou até maior. E a instituição faria um “crédito especial” ao Santos com juros baixos.
“Levaremos ao Conselho uma engenharia financeira para o Santos acessar dinheiro com juros baixo, por meio de garantia de torcedores. Santos não pode depender de dinheiro emprestado, não leva a nada. Mas podemos aproveitar condição de alguns sócios”, disse Andres Rueda, na TV Santa Cecília, no último domingo.
Dessa forma, o Peixe teria capacidade de pagar na frente pelo empréstimo e o banco teria a segurança de receber pois o dinheiro na “poupança” é do associado do clube. O aporte não está confirmado, mas calcula-se a necessidade de R$ 70 milhões.

Urgências

O Santos quer esse funding para quitar dívidas menores e evitar atrasos para não ser multado. A intenção é ter um fluxo de caixa imediato para não ficar refém no dia a dia e poder arcar com os salários.
Outros débitos, porém, causam maior preocupação e podem não ser resolvidos por meio dessa linha de crédito: Doyen Sports, Krasnodar (RUS) e Barcelona (ESP).
O Peixe não pagou a última parcela de 5 milhões de euros (R$ 32 mi) para a Doyen em setembro de 2019, ainda com José Carlos Peres. O calote rendeu uma multa de 10 milhões de euros (R$ 64 mi) prevista no acordo de Modesto Roma. O débito total é de cerca de R$ 100 milhões.
A Doyen bloqueia as contas do Santos e recebe qualquer novo valor imediatamente. Ou seja, o dinheiro da venda de determinado jogador iria diretamente para a empresa de Malta.
Sobre Cueva, o Santos de Peres não pagou a primeira parcela da chegada do peruano, no valor de R$ 8 milhões. O total pelo meia foi acertado em 7 milhões de dólares (R$ 26 mi) em quatro pagamentos anuais.
Surpreendido pela ida de Cueva ao Pachuca (MEX), o Santos levou o caso para a Fifa, mesma coisa que o Krasnodar fez por não receber do Peixe. O Pachuca foi condenado a pagar R$ 37,6 milhões ao Santos, recorreu e o tema se arrasta nos tribunais. O Krasnodar, alheio a isso, manteve a queixa que pode gerar nova punição ao Alvinegro.
Depois do Pachuca, Christian Cueva foi para o Malatyaspor, da Turquia, e agora está no Al-Fateh, da Arábia Saudita. O Santos teme que a decisão a favor do Krasnodar saia antes da punição aos mexicanos e busca um acordo antecipado. O Peixe poderia ficar sem contratar e até perder pontos no Campeonato Brasileiro a partir da próxima janela de transferências, em agosto.
Por fim, o Santos precisa se resolver com o Barcelona. O Peixe tem que pagar 3 milhões de euros (R$ 19,2 mi) ao clube espanhol por não respeitar a prioridade por Gabriel Barbosa, hoje no Flamengo. Na venda de Neymar, o Alvinegro cedeu a preferência e não notificou os catalães antes da negociação com a Internazionale em 2016.
O Barcelona devia 4,5 milhões de euros (R$ 29 mi) ao Santos por não realizar o amistoso combinado na venda de Neymar. O Peixe, porém, perdeu o prazo para judicializar. Com o amistoso “caducado”, o Alvinegro perdeu a chance de trocar uma dívida pela outra. Esse caso também está na Fifa.
O Santos tenta evitar novas punições na federação internacional para não ser novamente proibido de registrar atletas ou até perder pontos no Campeonato Brasileiro.