Rueda resiste a tentações e rebate críticas: “Não sou político. Vim para salvar o Santos”

Esportes
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Andres Rueda foi almoçar com um dos maiores empresários de futebol do mundo. Logo no início do encontro, avisou que pagaria a conta. A reunião terminou, o garçom chegou com a conta e o presidente do Santos tirou o cartão do bolso. “Quer a nota, senhor?”. “Não”, foi a resposta.
Esse agente conhecido no mundo inteiro perguntou: “Você não vai pegar a notinha?”. Rueda respondeu: “Pra que a notinha, p…? Eu paguei. Não o Santos”.
Essa atitude pode parecer normal, mas é novidade no futebol. E foi um dos motivos para o empresário perceber que com Andres Rueda a conversa seria diferente.
“As informações correm. Mudamos a credibilidade do Santos. O mercado já vê diferente. E ainda bem que agora acreditam nos acordos. Não sou político de carreira. Vim para salvar o Santos. Se querem bater ok, entra por um ouvido e sai pelo outro. Meu objetivo é resolver”, disse Rueda, em entrevista à Gazeta Esportiva.
Sem experiência na política e com pouca vivência no futebol, Rueda encontra dificuldade no que chama de “moralizar” o clube. Na visão do presidente, “futebol é feito para a corrupção”.
O presidente santista se nega a pagar comissão e luvas para reforços e renovações. Como resposta, encontra ainda mais dificuldade nas negociações. Com pouco dinheiro em caixa e resistência dos empresários, o mandatário evita as tentações.
“Falam que o futebol está largado. Isso nunca existiu… Como a bola não está entrando, veem tudo como errado. E a vida não é 8 ou 80. Torcida é paixão, quer resultado, é normal. Não é justificativa, mas narro o que aconteceu: tínhamos o transfer ban, reforçamos com jogadores por empréstimo quando acabou. E cabia à direção trabalhar com a razão. Quando a direção se vê pressionada, a tentação aparece para fazer algo que não deve. E é muito fácil contratar jogador. Qual o salário? Um milhão? Está fechado. Põe para jogar e depois não paga. Demora três meses para pagar um… É só ver o problema do São Paulo (Daniel Alves). Esses erros levam os clubes a situações irreversíveis. Dívidas foram feitas há muito tempo. Chega uma hora que o crédito acaba, é como pirâmide. E aí vem multa, processo, transfer ban, conta bloqueada. Eu não podia ser mais um”, explicou.
Rueda é empresário do ramo de tecnologia (Foto: Arquivo Pessoal)