Sylvinho justifica escolhas e postura defensiva do Corinthians: “Não foi bom”

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O Corinthians perdeu para o Flamengo por 1 a 0, com gol já saindo em uma das últimas bolas do jogo, no Maracanã, mas teve muito mais dificuldade do que o placar pode transparecer, mesmo contra uma equipe tão desfalcada, como foi a do rubro-negro nesta quarta-feira.
Após a partida, Sylvinho garantiu que a estratégia alvinegra não era ficar tanto tempo apenas se defendendo.
“Não foi bom, obviamente não foi bom, não tivemos um bom jogo (…) Um adversário que é o atual bicampeão Brasileiro, finalista de Libertadores, sim, é um adversário credenciado, com muita qualidade técnica. Nosso desempenho não foi bom devido a uma qualidade alta que tem do lado contrário, que vai te jogando pra trás”.
“Óbvio que não é estratégia. Se fosse estratégia, nós mudaríamos a escalação, não jogaria o Jô, não jogaria o Renato, de repente, o Giuliano. Poderíamos optar por Roni, tem o Du, Vitinho pelo lado esquerdo. Volto a dizer, foi o time que se repetiu do último jogo. Óbvio que se trata de jogos diferentes: primeiro, não estamos em casa. Segundo, um adversário bastante qualificado. Nós saímos com um time bastante ofensivo. O adversário, com sua qualidade, já nos referimos, ele vai te jogando para trás. Saímos com o time mais ofensivo possível, mas o adversário é outro, potente, tem qualidade, e vai te jogando para trás. Mas, estratégia de ficar atrás, não, em absoluto”.
Durante o segundo tempo, para tentar mudar o panorama do duelo, Sylvinho voltou a apostar em Vitinho pela ponta esquerda, apesar de ter Adson no banco e de Vitinho não ser um ponta de origem. Na entrevista coletiva, o treinador foi questionado e explicou sua escolha.
“O Vitor dá suporte. Ele é um meio-campista que, por ali, ele dá um suporte maior pelo lado esquerdo, ajuda o Fábio, que em algum momento já estava sofrendo”.
A mesma troca forçou Róger Guedes a atuar na referência, posição que o camisa 123 já externou que não gosta de fazer. Sylvinho tinha Mantuan no banco de reservas, mas novamente preteriu o jovem atacante.
“Nós temos um único número nove, o nosso único nove, nove, é o Jô. Os demais atletas, quando Jô não estiver condições ou quando optarmos por outra estratégia, vamos ter de colocar alguém ali. Foi, no começo do campeonato, o Luan, pode voltar a ser, já foi Róger Guedes, já foi Renato, em menos partidas, e tem uma opção, uma possibilidade, sim, de Mantuan, que estamos buscando e vendo o crescimento do atleta no dia a dia, enfim, mas temos um nove. O dia que não jogarmos com o Jô, alguém vai ter de fazer o nove do qual não é nove. Mantuan, de base, é um oito e meio. Pode, sim, ser um nove, exatamente como Róger Guedes ou, talvez, o próprio Renato. Características diferentes, mas não são nove. Vamos ter de buscar algumas características, caso o Jô não jogue”.

Leia outros trechos da entrevista coletiva de Sylvinho:

Atuação contra reservas do Flamengo
“Com relação ao desempenho, não foi bom, obviamente não foi bom, não tivemos um bom jogo. Repetimos um time que vinha de um resultado favorável, em casa, mas, claro, se trata de um jogo fora, rival muito forte, tecnicamente, independente das mudanças que houveram, um adversário que é o atual bicampeão Brasileiro, finalista de Libertadores, sim, é um adversário credenciado, com muita qualidade técnica. Nosso desempenho não foi bom devido a uma qualidade alta que tem do lado contrário, que vai te jogando pra trás. O primeiro tempo, mesmo com um time ofensivo, saímos com um time bem ofensivo, saímos com Róger pela esquerda, Jô, Renato próximo de Jô, Giuliano teve um problema, vamos averiguar, esperamos que seja pouco, vamos descobrir durante a semana, mas um time que se repetiu, mas não tivemos um bom desempenho. O campeonato é muito difícil, o rival era bastante qualificado também”.
Motivo de postura defensiva
“Saímos com um time ofensivo, repetimos o time, com presença de área, do qual tivemos no jogo passado. Nosso time não saiu defensivo, saiu como saiu no jogo passado. O adversário, de uma qualidade importante, vai te jogando para trás. Tivemos ali um momento que controlamos o jogo, mas tivemos muita dificuldade, dificuldade em criação, em chegar e isso foi nos causando problema, no segundo tempo até um pouco a mais”.
Diferença dentro e fora de casa
“Passamos o primeiro turno inteiro respondendo ao contrário: por que o time do Corinthians performa fora, era o segundo ou o terceiro melhor visitante, e por que não performa em casa? Isso é um time que constrói. Isso é um time que está buscando identidade, Chegaram peças, perde um time mais mecânico, ficou um time mais técnico, muitas vezes você pressiona menos, e tem outras variáveis. A variável não é só esse, de você pegar seis, sete jogos e tirar do contexto. Também tem verdade de que temos de analisar quem são esses seis, sete time. Não pode tirar de contexto. Mas, sim, estamos buscando um time que ganhe em casa e ganhe fora, é o melhor cenário, mas existe construção e estamos buscando alternativas. Primeiro turno, volto a dizer, respondíamos exatamente ao contrário. Esse é o time que vai se moldando, um campeonato difícil e temos uma posição na tabela muito boa, nesse momento. Isso vai se levar até o fim, rodadas difíceis. Creio, estamos há um bom tempo sem uma condição como essa, de buscar a nossa vaga direta à Libertadores, dependendo somente dos nossos esforços. Acredito que faz um bom tempo”.
Diferença física no jogo
“Última frase (da pergunta): ‘como um adversário que foi o de hoje à noite’. O adversário é o bicampeão brasileiro, finalista da Libertadores, não vou nem citar o nome de todos os atletas, ´de altíssimo nível, é um time constuído, que está buscando e colhendo finais e títulos. Não tem absolutamente nada a ver com parte física. É um jogo difícil, duro. Repetimos o time, performance não foi boa e não conseguimos o resultado”.
Escolha por não ter Cantillo
“Na realidade, o atleta, ontem, estava em Barranquilla, e jogou 45 minutos. No caso, não havia a mínima condição. Tem também a saúde do atleta, enfim, não vamos entrar na questão. Nós trabalhamos com atletas que temos aqui, com as possibilidades reais que temos. Hoje, buscamos a melhor alternativa, o time não teve bom desempenho, repetimos, mas faz parte do campeonato, que é longo, difícil e vai se arrastar até o final”.
Renato isolado e número baixo de posses
“O que é um atleta ficar isolado no meio-campo? Nós repetimos time e, as variáveis, conceitos e ideias, são os mesmos. O que te faz, muitas vezes, não conseguir criar, existe um adversário do outro lado, e um adversário forte. Com relação aos passes, sim, foi difícil, não conseguimos trocar passes. Houve um erro, o qual colocamos no meio-tempo, quando nós abríamos campo, o Flamengo é um time de pressão forte com seus atacantes, você, muitas vezes, no primeiro tempo, depois, nos primeiros sete, dez minutos, que não foram nada bons, foram bem ruins, aliás, nós conseguimos abrir um pouco de campo, mas nosso acabamento de jogada não era bom. Temos cruzamentos de intermediária, chutes de 35 metros, não era essa a estratégia de jogo, era continuar tocando no campo adversário e buscar concluir melhor, uma vez que esse time descompacta sem os atacante, você rompe e vai jogar no campo adversário contra seis atletas que estão defendendo naquele momento. Nosso acabamento não foi bom, pecamos nisso e o nosso baixo número de passes é em decorrência disso. Nem conseguimos ficar com a bola, nem conseguimos incomodar o adversário”.
Possibilidade de Mantuan como falso nove
“Mantuan vem de lesões graves e, desde nossa chegada aqui, sabíamos do histórico do atleta, não somente das lesões, de um processo de recuperação, transição, mas também da qualidade dele. Ele tem treinado muito bem e está se reencontrando como atleta, mecanicamente, fisicamente, tecnicamente, um atleta que nós vislumbramos coisas importantes, sim. Eu falo com muitos atletas e o Mantuan é um deles. Está correta a observação, Mantuan é um falso nove, ele poderia atuar como falso nove. Eu já disse e vou reiterar: nós temos um nove, um nove, nove. É Jô. Quando Jô não puder jogar, teremos de arrumar um outro nove. E todos têm entregado, todos têm buscado emprestar sua qualidade para o time. Não tem outro nove. O próprio Mantuan, bem colocado por ti, não é um nove, ele é um oito e meio. Um atleta que pode até jogar pelo lado esquerdo, entrando, um atleta potente, que tem melhorado. Nós temos tomado bastante cuidado com o atleta, nesse aspecto, ele está crescendo nos treinamentos, mas está correta a observação e é esclarecedor. Ele não é nove também. Ele é falso nove, de maneira que, quando Jô não jogar, temos de buscar uma alternativa”.
Reencontro com Carille
“As lembranças do Fábio são as melhores, tivemos um bem tempo trabalhando como auxiliares da casa, treinadores diferentes, pessoa magnífica, bom poder falar dele, mas, enfim, é jogo, campeonato, trabalho, profissão e, por mais que se toque no nome, tenho bastante carinho pelo Fábio, mas a dimensão do jogo é altíssima, ali vai estar jogando Corinthians contra Santos, duas equipes extraordinárias, um palco e um cenário maravilhoso e, ali, o que vale é profissão, trabalho. O Fábio é uma pessoa encantadora, como eu já falei”.