Experiência nos dois lados da moeda

- Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

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Flamengo e Grêmio fazem nesta quarta-feira, às 21h30, o primeiro jogo da semifinal da Libertadores. O duelo, que já aconteceu há 35 anos em outra semifinal da competição, será disputado na Arena do Grêmio e vai colocar frente a frente as duas equipes que apresentam o futebol mais vistoso do Brasil. E quem já vestiu a camisa das duas equipes sabe da importância do duelo desta quarta. Estamos falando de Milton Queiroz da Paixão, o Tita, campeão da Libertadores pelos dois times.

Em 1981, o Flamengo brilhava na América com Zico e companhia. E quando o Galinho não podia atuar, o técnico Cláudio Coutinho sabia que poderia contar com Tita para comandar o meio campo. E foi assim até conquistar o título da Libertadores e do Mundial sobre o Liverpool.

"Eu tenho certeza que esse é o jogo mais importante do ano. Essa semifinal de Libertadores vai colocar, pra mim, as duas equipes que têm os times mais encaixados. Se por um lado o Renato vem colocando o Grêmio há três anos nas decisões da Libertadores, por outro, Jorge Jesus conseguiu dar padrão de qualidade à equipe", avaliou Tita.

Sem querer apontar favorito, Tita sabe da importância que as torcidas têm no duelo. Tita faturou o caneco pelo Flamengo, que derrotou o Cobreloa do Chile por 2 a 0, com dois gols de Zico. Segundo uma lista divulgada em 2015 pela Conmebol, o Rubro-negro registrou público somado de 516.382 espectadores nos seis jogos que disputou no Maracanã, sendo este o maior público já registrado em uma edição da Copa Libertadores da América.

"Eu joguei no Maracanã e me lembro daquela massa apoiando durante 90 minutos. Os times que jogavam contra a gente sabiam da força dos torcedores rubro-negros e como o time era outro, sobretudo por causa daquele elenco brilhante. Jogávamos por música", se recordou.

Apesar de não ter atuado na Arena do Grêmio, o ex-jogador, de 61 anos, ainda se lembra do Estádio Olímpico e da força da torcida gremista: "O Grêmio é chamado de imortal não é em vão. Todos sabemos de como essa equipe se porta quando sua equipe empurra. Certamente vai ser uma guerra", disse o campeão da Libertadores pelo Tricolor Gaúcho em 1983, que venceu o Peñarol por 2 a 1 em Porto Alegre. A cena de Tita sangrando e carregando a taça no final da partida é emblemática.

"Foi uma cotovelada do zagueiro Olivera, mas fiquei até o fim, afinal, era final de Libertadores", se recordou.

Jorge Jesus, treinador do Flamengo, espera um duelo de alto nível.

"Nada vai ser decidido em Porto Alegre, independentemente do resultado. Vai ser um jogo muito disputado, é óbvio, pois o Grêmio vai querer jogar e nos colocar nas cordas em alguns momentos do jogo. Temos que estar em uma boa noite para podermos dar uma resposta à altura quando isso acontecer. Estamos conscientes para atacar e defender quando necessário. Estamos preparados para isso", disse Jesus.

O pensamento é compartilhado por Renato Gaúcho, comandante do Grêmio, que vê o jogo até mesmo como um jeito de decisão.

"Poderia ser uma decisão de campeonato. Pela qualidade das duas equipes serão dois grandes jogos. O homem lá de cima não quis que fosse a final. Mas pode ter certeza que o futebol brasileiro vai estar bem representado, pelo o que as equipes vêm fazendo nas competições", disse o treinador gremista.

Em termos de escalação, o Grêmio continuará sem poder contar com o zagueiro Pedro Geromel, que ainda se recupera de lesão muscular na coxa direita. Assim, David Braz segue como companheiro de zaga do argentino Walter Kannemann.

Já pelo lado do Flamengo não há problemas. Jorge Jesus conta com força máxima e vai escalar o time que vem atuando.