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General Sergio Etchegoyen concedeu entrevista coletiva para comentar os efeitos do atentado na França. “Estamos ainda sob efeito do choque”, revelou
Foto: José Cruz / Agência Brasil
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Sergio Etchegoyen, disse nesta sexta-feira (15) que o governo vai revisar as medidas de segurança no país para a Olimpíada Rio 2016 após o atentado de quinta-feira à noite em Nice, na França, que deixou ao menos 84 mortos e 100 feridos.
“Estamos ainda sob o efeito do choque da tragédia que atingiu a França. Desde aquele momento, o Ministério da Justiça, Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional estão trabalhando para que se possa garantir que continuemos no mesmo nível de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Isso exige uma série de revisões, de novas providências e trabalho intenso daqui para a frente para que mantenhamos o nível de segurança. Obviamente, nossas preocupações subiram de patamar”, disse Etchegoyen, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Segundo Etchegoyen, os ministros da área de segurança e defesa estão revisando todo o dispositivo de segurança para identificar eventuais lacunas. Como essa revisão, identificadas as lacunas, haverá incremento de algumas medidas, como mais postos de controle e barreiras, além de interdições no trânsito, explicou.
“É importante que a população entenda que vai trocar um pouco de conforto por muita segurança. Estamos prontos para os Jogos 2016, apenas vamos revisar nossos procedimentos [ ]. Temos o dever, a partir do que aconteceu [atentado na França], de revisar todos os nossos procedimentos para checar se há lacunas. Necessitamos fazer uma auditoria sobre nosso planejamento para ver se sobra alguma lacuna que tenhamos, por alguma razão, negligenciado”, acrescentou.
Possibilidade de ataque – Perguntado sobre ameaças terroristas no Brasil, o ministro do GSI disse que há “possibilidades” de ocorrência de atentados no país como em qualquer lugar. “Considerando as circunstâncias, eu falo em possibilidades da ocorrência de eventos terroristas. Quando chegar a informação de que haveria uma tentativa concreta, a gente muda a palavra para probabilidade”, afirmou Etchegoyen.
Solidariedade - O presidente em exercício Michel Temer divulgou nota em solidariedade ao povo francês. A seguir alguns trechos:
“ É abjeta e ultrajante a ação perpetrada contra inocentes que celebravam os mais elevados valores universais: a liberdade dos povos; a igualdade entre os cidadãos e a fraternidade como elemento das relações entre seres humanos. O Brasil se une a todos que desejam e lutam pela paz e harmonia no mundo. Estamos juntos contra a intolerância e a barbárie.”
Centro de Contraterrorismo será aberto
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta sexta que o Brasil enviou um representante à França para obter mais informações sobre o atentado de quinta-feira, Nice, que deixou 84 mortos e dezenas de feridos. O interlocutor do governo brasileiro também buscará mais detalhes sobre rumores da existência de um plano para atacar a delegação francesa que virá aos Jogos Olímpicos Rio 2016. O ministro, no entanto, não deu detalhes sobre o enviado.
“Sabemos que a França não pode nos dar todas as informações nesse momento, porque imaginamos o sentimento vivido lá hoje. De qualquer sorte estamos em contato com todos os serviços de segurança, de informação e inteligência do mundo e eles não identificaram até aqui nenhuma ameaça potencial de terrorismo aos Jogos”, disse o ministro, que viajou com 200 militares que vão compor as forças de segurança na Olimpíada no Rio de Janeiro.
Mais cedo, o ministro reconheceu que o atentado em Nice aumentou a preocupação do governo brasileiro com os Jogos Olímpicos do Rio.
Jungmann anunciou para a próxima semana a abertura do Centro Integrado de Contraterrorismo, que reunirá representantes de setores de inteligência de 106 países para trocar informações e auxiliar na segurança da Olimpíada. “Estamos absolutamente em dia com o que o COI [Comitê Olímpico Internacional] nos prescreveu e estamos muito, muito mais atentos a qualquer lacuna, a qualquer falha.”
Segundo o ministro da Defesa, o Estado brasileiro tem uma lista de cerca de 500 pessoas suspeitas de alguma relação com o terrorismo.
Brasileiro ferido
A embaixada da França no Brasil anunciou que há um brasileiro ficou ferido no ataque em Nice. O nome dele não foi revelado, nem o seu estado de saúde. Durante a cerimônia de comemoração do 14 de julho, na Embaixada da França, em Brasília, o embaixador Laurent Bili foi informado do atentado.
Nesta sexta-feira, o diplomata agradeceu o apoio e a solidariedade do Brasil. “Agradeço de coração as inúmeras mensagens de condolências e de solidariedade recebidas pela Embaixada da França [externadas pelo] governo brasileiro ou cidadãos brasileiros chocados como nós com esse ato bárbaro cometido em Nice. Essas mensagens mostram a profunda amizade que une os povos francês e brasileiro, amizade fundada nos valores partilhados de liberdade, igualdade e fraternidade e de recusa ao ódio e à intolerância. Por fim, torço pela pronta recuperação do cidadão brasileiro ferido”.
Alerta após atentado na França
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