Butantan vai desenvolver vacina contra a dengue

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A presidente Dilma Rousseff assinou nesta segunda-feira (22) contrato entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, em São Paulo, para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, o contrato com o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, prevê investimentos iniciais de R$ 100 milhões para o desenvolvimento do estudo nos próximos dois anos. 

Mas os investimentos, segundo o órgão, devem somar até R$ 300 milhões, com recursos previstos também do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (R$ 100 milhões), por meio de um contrato da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com mais R$ 100 milhões. Esse investimento inicial do Ministério da Saúde financiará a terceira e última fase de testes clínicos da vacina em voluntários, que teve início nesta segunda. Neste primeiro dia, dez pessoas serão vacinadas contra a dengue. Esta última etapa da pesquisa servirá para comprovar a eficácia da vacina.

Para isso, dois em cada três voluntários irão receber a vacina, enquanto o restante receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem o vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica nem os participantes saberão se receberam vacina ou placebo. O objetivo é descobrir se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou placebo adquiriu a doença.

Recrutamento – A vacina contra a dengue tem potencial para proteger contra os quatro vírus da doença com uma única dose. A vacina é produzida com vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica é maior, mas a forma é atenuada, não há potencial para provocar a doença.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o cadastro de pessoas interessadas em participar da pesquisa no estado passa de 2 mil. Os voluntários precisam ser pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquandrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. O e-mail para os interessados é [email protected].

Os participantes vão ser acompanhados por um período de cinco anos para se verificar a duração da proteção oferecida pela vacina. 

Filipinas inicia campanha mundial de vacinação

Começou nesta segunda-feira nas Filipinas a primeira campanha de vacinação contra a dengue no mundo. Segundo Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur, empresa fabricante do produto, a aplicação será feita inicialmente pelos planos de saúde, mas o país pretende ampliar o atendimento para a rede pública. Brasil, México, Paraguai e El Salvador já registraram a Dengvaxia, nome comercial do imunizante que será utlizado nas Filipinas, mas precisam resolver detalhes burocráticos para a comercialização. No Brasil o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacina saiu no fim de dezembro. Falta agora a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos determinar o preço máximo de venda do produto no país, o que costuma acontecer, em média, três meses após o registro.

Segundo Sheila, o laboratório tem capacidade de produção de 100 milhões de doses por ano e pode fornecer a vacina para o Brasil imediatamente. A expectativa da empresa é que o imunizante comece a ser vendido no país no primeiro semestre de 2016.  

A vacina contra a dengue da multinacional é indicada para pessoas entre 9 e 45 anos e protege contra os quatro tipos do vírus da doença. A promessa do fabricante é de 93% de proteção contra casos graves da doença, redução de 80% das internações e eficácia global de 66% contra os quatro tipos de dengue. Segundo o laboratório, o imunizante deve ser aplicado em três doses, com intervalos de seis meses.

A Sanofi também está pesquisando uma vacina contra o vírus Zika e deve começar a recrutar voluntários para testes no ano que vem.