Mal se inicia a semana e a imprensa noticia que, em Deodoro, zona Oeste do Rio de Janeiro, uma equipe do exército fuzilou o carro que acreditavam ser de criminosos em fuga. Descobriu-se da pior maneira que no veículo não havia nenhum criminoso, mas uma família que foi alvejada por pelo menos 80 tiros. Uma execução a céu aberto.
Destreinados para agir no confronto em regiões metropolitanas, ou quem sabe até o despreparo seja até maior, jovens fardados são lançados às ruas com a esperança de cumprir a farsa de que o Estado se faz presente para nos proteger. Para alguns, ver uma viatura do exército em cima da calçada traz a sensação de segurança. O mesmo ocorre quando passamos por viaturas da polícia militar estacionadas em vias perigosas com dois alvos (policiais) esperando pelo pior.
A violência no Rio de Janeiro chegou a um ponto que a população passou a acreditar em qualquer coisa e agora inocentes pagam o alto preço da irresponsabilidades daqueles que, com um discurso hipócrita e oportunista, conseguiram chegar ao poder.
Muitos ainda aplaudem quando o governador do Estado, que até onde se sabe não é um estudioso de segurança pública, defende o extermínio de criminosos. A grande maioria não consegue enxergar que segurança pública é muito mais do que colocar gente armada nas ruas, sem qualquer preparo ou estratégia. A indústria bélica, que ganha de todos os lados, por óbvio, deve estar comemorando.
De nada adianta nem mesmo o policiamento ostensivo em regiões nobres da cidade, uma vez que, como já se tornou constante, em nossa própria cidade, em determinados horários essas mesmas regiões são atacadas com arrastões e tiroteios. Como noticiado recentemente, em Niterói, até policiais são assaltados.
Estamos nos aproximando da metade do ano e pouco tem sido noticiado, no entanto, sobre investimento em inteligência, investigação e prevenção ao crime, inclusive, com a intervenção social em comunidades dominadas por delinquentes. Já passou da hora de perceber que a nossa falta de inteligência na hora de votar se reflete nas políticas de segurança que alguém de passagem por um governo pretende adotar.
Da próxima vez que criticar alguém contrário a política de segurança pública que estão tentando implementar aqui, lembre-se que você e sua família poderiam estar passando no momento da execução realizada por militares em Deodoro.
Dúvidas sobre seu direito? Mande uma mensagem para nós –[email protected] e será um prazer ajudá-lo. Até a próxima, sem juridiquês.
A culpa é de quem?
Tpografia
- Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
- Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo Leitura