Marielle: investigações são tema de reunião

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A cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro se reuniu nesta segunda-feira (9), com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para discutir o andamento das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O encontro ocorreu na Delegacia de Homicídios da capital (DH). O crime completa um mês no próximo sábado.

Estiveram presentes Homero das Neves, promotor do MP-RJ responsável pelo caso, e Giniton Lages, delegado da Polícia Civil que preside as investigações. Eles compartilharam informações com o procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem; o secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes; o chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa; e o superintendente regional da Polícia Federal, Ricardo Andrade Saadi.

O único que deu declarações após a reunião foi o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem. Segundo ele, o encontro que estreita o diálogo entre o MP-RJ e as estruturas de segurança do Rio de Janeiro. Gussem também avaliou que as investigações caminham de uma forma positiva e reiterou que o caso continua sob sigilo.

“Tem toda uma dinâmica a ser montada. As autoridades responsáveis estão conduzindo com todo cuidado necessário. Obviamente, o tempo da área jurídica e do próprio delegado é um tempo diferente da expectativa, às vezes, da própria imprensa. É um caso que requer muita atenção. Mas nós acreditamos na linha de investigação que está sendo encaminhada”, disse.

O encontro ocorre menos de uma semana após o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) assegurar em liminar a autonomia do MP-RJ para investigar os homicídios. A decisão, que ainda pode ser revista, determinou que o Ministério Público Federal (MPF) se abstenha de exercer atividades relacionadas ao caso. A federalização das investigações foi defendida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em 15 de março, um dia após o crime, ela chegou a instaurar procedimento instrutório, nomeando cinco procuradores para avaliar pedido de deslocamento de competência do caso para a Justiça Federal.

Outro assassinato – A reunião ocorreu um dia após o líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria também ter sido assassinado a tiros. Seu corpo foi encontrado na noite de domingo dentro de um carro, na zona oeste da capital. Ele era colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), que depôs sobre a morte de Marielle na última sexta-feira. Gussem, no entanto, explica que o encontro não foi motivado pelo episódio. 

“Foi uma mera coincidência. Esta reunião já estava agendada há três dias, desde sexta-feira”, disse. 

O crime – Policiais militares encontraram o corpo de Carlos Alexandre Pereira, de 37 anos, em uma rua no bairro da Taquara, em Jacarepaguá. Ele era colaborador voluntário do vereador Marcello Siciliano, que é citado em relatório da Polícia Civil sobre a influência da milícia em Jacarepaguá, nas eleições de 2014.