Monitoramento dos Aedes aegypti com Wolbachia começa nesta segunda

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Começa nesta segunda-feira (18) uma nova etapa do monitoramento da população de mosquitos aliados no combate à dengue, Zika e chikungunya.São os Aedes aegypti com Wolbachia, do projeto Eliminar a Dengue: DesafioBrasil (ED Brasil), desenvolvido pela Fiocruz. O trabalho será realizado na região central de Niterói e entorno, num total de 13 bairros, e no Rio de Janeiro, em cinco bairros da Ilha do Governador, além de Cordovil, na Zona Norte. A equipe de Engajamento do projeto, com apoio de agentes de vigilância em saúde da prefeitura, instalou mais de 400 armadilhas de mosquitos em casas e estabelecimentos comerciais de anfitriões voluntários, moradores e comerciantes dessas localidades.

Esse controle é necessário para acompanhar o estabelecimento de mosquitos aliados nos locais de atuação do projeto. Os mosquitos aliados têm a capacidade reduzida de transmitir dengue, zika e chikungunya. Por meio da liberação desses mosquitos no ambiente, a substituição dos Aedes aegypti de campo por estes com a bactéria Wolbachia acontecem gradualmente. Os mosquitos capturados nas armadilhas são recolhidos semanalmente e analisados em laboratório, com técnicas de biologia molecular, o que permite identificar a porcentagem de Aedes aegypti aliados no combate às doenças em cada região.

Para realizar a pesquisa de ocorrência da Wolbachia no território, uma armadilha de mosquitos é instalada nas áreas em que são realizadas as liberações dos Aedes aegypti, a cada 250 metros de distância. O período que a armadilha de mosquito fica na casa ou comércio de um voluntário do projeto varia de oito a doze meses.Toda semana, técnicos do ED Brasil e agentes de vigilância da prefeitura coletam os mosquitos capturados pela armadilha.

A dona de casa Elizabeth de Castro, de 57 anos, é moradora do Jardim Carioca, na Ilha do Governador, e decidiu se tornar anfitriã. Ela e o marido já tiveram dengue e acreditam que o trabalho realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que conduz o projeto ED Brasil, pode ajudar a reduzir os índices dessas doenças.

"Participando do projeto como anfitriã, eu me sinto útil, porque não estou ajudando somente a minha família, como também beneficiando outras pessoas. Meu marido teve dengue hemorrágica na epidemia de 2012 e foi uma situação muito difícil para nós. Seria ótimo se eliminássemos essas doenças transmitidas por esse mosquito”, afirmou Elizabeth.

Liberação – O projeto iniciou a liberação de mosquitos aliados na área central do município de Niterói no dia 21 de novembro. No total, 13 bairros compõem a quarta e última região em que o ED Brasil irá atuar na cidade nesta primeira fase de expansão do projeto. Nas três áreas anteriores, que incluem bairros da Região Oceânica, além de  Charitas, Preventório, São Francisco e Grota, vivem cerca de 92 mil pessoas. Os bairros que compõem a área atual reúnem 178 mil moradores e são os seguintes: Ingá, Icaraí, Centro, Gragoatá, Boa Viagem, Fátima, Morro do Estado, Pé Pequeno, Ponta D’Areia, Santa Rosa, São Domingos, Viradouro e Vital Brasil.

Busca por anfitriões - Com base em mapas das áreas que recebem os mosquitos aliados, a equipedo ED Brasil localiza possíveis pontos onde a armadilha pode ser instalada. Após essa busca virtual, os técnicos do projeto responsáveis por fazer o primeiro contato nas residências dos futuros anfitriões visitam o local, com a finalidade de verificar a possibilidade de receber uma armadilha. Depois disso, por telefone ou WhatsApp, é agendada a instalação do equipamento, que deve permanecer ligado na tomada ininterruptamente. O consumo de energia mensal não chega a R$ 2, segundo laudo técnico. O projeto fornece aos anfitriões um reembolso no gasto da energia elétrica, no valor de R$ 20, a cada quatro meses.

As BG-Sentinel 2 ou BGS, que é o modelo de armadilha de mosquitos do projeto, é o resultado de mais de dezesseis anos de pesquisa do Instituto de Zoologia da Universidade de Regensburg, na Alemanha, acerca da captura e pesquisa de mosquitos vetores de doenças. Esses equipamentos são flexíveis e atraem os insetos pelo seu contraste visual em preto e branco. Além disso, há uma ventoinha que realiza a sucção de qualquer inseto que voar próximo ao funil de admissão, na parte superior do equipamento. O equipamento não utiliza nenhum componente químico.

Atualmente, o projeto ED Brasil tem 900 armadilhas instaladas no Rio de Janeiro e Niterói. Até meados de 2018, a previsão é a instalação de 2,9 mil armadilhas.

Quem pode ser anfitrião - Qualquer pessoa dentro da área de atuação do ED Brasil pode se voluntariar para receber uma armadilha de mosquitos e ajudar o projeto. Basta utilizar umdos canais de contato do ED Brasil, e manifestar o aceite em receber o equipamento em casa. Será verificado se já não existe um anfitrião no perímetro e, se houver, o nome desta ficará em uma lista para que, caso ocorra alguma desistência na área, o cadastrado assuma a posição do desistente.