O desafio nas empresas de fazer mais com menos

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Em recente palestra na FGV abordei o tema de como a Internet das Coisas e a Indústria 4.0 mudará no curto prazo, de forma radical, a maneira como produzimos e conduzimos a expertise e relações com os nossos colaboradores.

Para aqueles que nos leem e não puderam participar, deixe-me esclarecer de maneira rápida sobre o que estou falando. No mercado internacional, principalmente Europa e Estados Unidos, a indústria está passando por uma revolução (Indústria 4.0), que é a mudança nos modelos de decisão e automação de processos. Não estamos falando aqui de robôs atuando nas indústrias. Estamos falando da Internet das Coisas, que são os nossos smartphones se conectando a outros equipamentos eletrônicos, diretamente, sem a nossa necessária intervenção, como aos aparelhos de tv em nossas casas e ao som de nossos veículos. Isso que para nós soa de forma um pouco cotidiana seguirá crescendo aceleradamente e, assim como no nosso meio pessoal, assumiu papel fundamental na cadeia produtiva. 

Os pedidos passarão a ser feitos diretamente pelos sistemas, que lerão os estoques automaticamente, captarão as demandas por períodos, frequências, modelos, e outros fatores desejados e providenciarão a reposição com as indústrias, com as margens e preços dentro dos padrões determinados e negociados entre as partes. Os estoques serão compartilhados por várias lojas. Poderemos entrar numa loja, escolher e provar uma roupa, e executar a compra sem levar a peça, que será comodamente entregue em nossa casa poucos dias depois. Isto porque a loja servirá somente como mostruário, que sem a necessidade de estoques físicos locais ou de vendedores, atuará com custos e margens extremamente favoráveis. A Amazon já atua com lojas sem nenhum vendedor. Podemos entrar com o código fornecido em nosso Smartphone, retirar os produtos e sair da loja, pois todos os dados do que retiramos e valores serão descarregados em nossos aparelhos. O Walmart já atua com lojas sem caixas, onde um scanner lê todas as compras no carrinho, sem retirá-las, e apresenta o valor a ser debitado. Este modelo já chegou a São Paulo. 

Para aqueles que se assustam e imaginam que perderemos postos de trabalho, a boa notícia é que a tendência é exatamente inversa. Na Alemanha, se projeta um crescimento de 6% na demanda de empregos, visto a necessidade de programadores, engenheiros, consultores, administradores, entre outros. Contudo, avalia-se que somente 20% da mão de obra existente hoje está preparada para a demanda necessária. Em outras palavras, quem não buscar conhecimento, quem não buscar estudo, quem não se especializar, pode sim ficar a margem do mercado. Passamos por uma revolução novamente das máquinas de escrever para os computadores. Quem ficou preso ao passado, já não está atrativo para o mercado de trabalho. 

Esta revolução está muito próxima de nós e os primeiros eventos já começaram a chegar. Temos tempo de nos preparar, estudar o assunto, buscarmos mais e mais conhecimento para sustentação e modernização de nossos negócios. 

Estou ao dispor de todos para discutir e ampliar os conhecimentos neste novo mar de oportunidades que se aproxima.


*Prof. Luiz Fernando Bastos (Diretor da Ágil Consultoria e Treinamento e parceiro do Instituto RH-LF)