O empresário Laerte Codonho, um dos sócios da companhia de refrigerantes Dolly, foi preso ontem pela Polícia Civil em São Paulo. Ele é considerado líder de uma organização voltada para a sonegação de impostos. De acordo com o promotor Rodrigo Mansour Silveira, do Grupo de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), as irregularidades acontecem há pelo menos 20 anos.
Segundo o Gedec, que investigou apenas o montante que não foi pago em impostos estaduais, só de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o valor que a Dolly deixou de pagar chega R$ 2,1 bilhões. Somando-se os impostos federais, que não são objeto desta investigação, o valor da dívida pode passar de R$ 4 bilhões.
A prisão do empresário é temporária, pelo prazo de cinco dias. Além dele, foram presos o ex-contador da empresa Rogério Raucci e o gerente financeiro, César Requena Mazzi. De acordo com o MP, a prisão temporária foi decretada para evitar a destruição de provas. Durante a operação, foram apreendidos 13 veículos, muitos de luxo e de colecionadores, e três helicópteros, além de dinheiro em espécie. Houve também pedidos de quebra de sigilo fiscal e bancário e de sequestro de bens.
“Era uma dívida constituída sobretudo por fraudes praticadas ao longo de muitos e muitos anos, que foram evoluindo ao longo do tempo. Iniciaram-se de forma simples, com emissão de notas de valores menores e escrituração irregular. E foram evoluindo para a utilização de várias empresas e simulação de negócios e emissão de notas dentro dessas empresas”, detalhou o promotor.
Silveira disse que, posteriormente, o esquema ficou mais profissional, com um centro de distribuição em que havia manipulação de mercadorias que eram enviadas e remetidas de diversas unidades, com simulação de notas. “Houve também um terceiro processo, que seria o recebimento de insumos superfaturados de outros estados, que viabilizavam créditos ilegais”, acrescentou.
Sócio da Dolly é preso em São Paulo por sonegação fiscal
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