Sem barreiras para o combate

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O secretário Paulo Freitas acompanhou a ação no terreno da Rui Barbosa, acompanhado pela Zoonoses e Guarda

Marcelo Feitosa

Um dos principais focos do mosquito Aedes aegypit da Zona Sul de Niterói foi alvo ontem de ação da Secretaria Regional de São Francisco e Charitas. A Guarda Municipal e equipe do Centro de Controle de Zoonoses acompanharam a entrada no imóvel de número 252 da Avenida Rui Barbosa, em São Francisco, para eliminação de criadouros do mosquito. No local há uma garagem subterrânea com cerca de 60 mil litros de água.

De acordo com o secretário regional de São Francisco, Paulo Freitas, que acompanhou a ação, foi tentado  contato com o proprietário do terreno, mas não houve sucesso. Segundo Freitas, o órgão tinha conhecimento de muitos casos de dengue e zika vírus no entorno do imóvel e, por isso, com base em uma determinação da Prefeitura de Niterói, do ano de 2014, que possibilita que os agentes entrem em imóveis particulares nos casos de abandono ou de ausência do morador, a equipe teve acesso ao terreno para aplicação de biolarvicidas. 

O imóvel pertencia a uma construtora e há cerca de seis anos, após paralisação das obras, está fechado. O cadeado do portão foi estourado por dois agentes da Guarda Municipal e após a vistoria, foi colocado um novo para que o espaço não ficasse sujeito a invasões.  De acordo com Paulo Freitas, a chave vai ficar de posse da Secretaria Regional à disposição do proprietário. Segundo ele, esta ação está sendo realizada diariamente para tentar reduzir os focos do mosquito e amenizar as doenças que ele transmite.

Após tentativa sem sucesso de contato com proprietário, equipes entram no imóvel, estouram cadeado e encontram garagem subterrânea abandonada com cerca de 60 mil litros de água. Local é considerado maior foco na Zona Sul

Marcelo Feitosa


“Há muitas casas não só em São Francisco mas também em Charitas que estão fechadas e as piscinas estão abandonadas. Entramos em contato com o proprietário e quando não conseguimos, fazemos uso da determinação que permite a entrada nessas propriedades. O prefeito Rodrigo Neves comprou essa briga. Ele quer chegar ao menor índice de doenças e fez uma reunião com todos os secretários e administradores regionais, orientando a todos para que que partíssemos para o combate como em uma guerra e é isso que estamos fazendo”, contou Freitas.

Ainda de acordo com o secretário regional, na  semana passada também houve a entrada em um terreno na Avenida Presidente Roosevelt, em São Francisco, que seria usado para a construção civil e que já se encontrava com escavações. No local se formou um grande lago e ali consequentemente um criadouro de mosquitos. O dono do terreno foi encontrado e está aterrando o local. 

Equipe diferenciada – Um dos agentes do Centro de Controle de Zoonoses, Sidney Pereira, que participou da ação ontem, disse que a equipe que entra em propriedades particulares é diferenciada. O grupo visita locais que possam ter um número relevante de criadouros como obras, estaleiros, terrenos, cemitérios, entre outros. 

O agente de saúde contou que a situação do imóvel visitado ontem estava crítica, pois a obra parou e houve acúmulo de água devido a escavação da garagem subterrânea do prédio, que já tinha começado.

“Encontramos aqui muitos criadouros do mosquito e é nosso dever sempre orientar os moradores a respeito disso. A proliferação do mosquito é muito rápida e o ambiente deste terreno é propício, pois a garagem é escura e quente. Usamos nos focos um biolarvicida e um inseticida especial, que espalhamos com uma bomba que age de forma que,  quando o inseto pousa, ele é eliminado. A quantidade de larvicida depende do volume de água, usamos um grama para cada 50 litros de água”, explicou.

Sidney disse ainda que o biolarvicida não mata a larva do inseto, apenas inibe o crescimento dele, pois interrompe o processo de crescimento da larva. O próximo passo é contactar o dono do imóvel para que ele tome providências. 

“O veneno tem ação de apenas 15 dias, mas se chover muito, perde a eficácia mais rápido”, avisou. 

Comerciante no bairro  há mais de 20 anos, Marcos José disse que acabou de ter zika e que várias pessoas do entorno reclamam de dengue. 
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“Estou aqui há muitos anos e diante dessa epidemia, as pessoas não podem deixar terrenos abandonados. Muitos moradores estão ficando doentes e minha preocupação é com as grávidas”.