A CCR Barcas, concessionária que administra as barcas que fazem a travessia Rio-Niterói, anunciou nesta terça-feira (13) que, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o transporte possivelmente circulará com velocidade reduzida entre 11h e 18h, e podem ser feitas alterações em seu trajeto normal. A mudança na operação das barcas foi atribuída às competições de vela, que vão acontecer na baía. Ainda segundo a CCR, é possível que, durante as competições, aconteçam atrasos e transtornos aos passageiros.
Entre 24 de julho e 19 de agosto serão feitas interdições no trecho entre o sul da Ponte Rio-Niterói até as proximidades da Ilha Rasa. Já entre 31 de agosto a 17 de setembro, as possíveis alterações no percurso serão graças a interdições entre a cabeceira norte do aeroporto Santos Dumont e as proximidades da Boca da Barra. A assessoria da concessionária informou que, quando essas mudanças de trajeto e velocidade forem feitas, os passageiros serão avisados com antecedência.
O anúncio não foi recebido de forma positiva pelos usuários do serviço. A aposentada Vera Ribeiro, de 60 anos, reclamou dos transtornos que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos vão impor à rotina da população.
“Para o pessoal que usa as barcas, é lógico que vai atrapalhar. Eu acho um absurdo termos que parar as nossas vidas por conta de Olimpíada. Estamos precisando de saúde, saneamento básico”, reclamou.
O eletromecânico Rodrigo de Carvalho, de 34 anos, acredita que a mudança reflete uma desvalorização das necessidades da população que continua com sua rotina de trabalho mesmo durante os Jogos.
“É negativo porque alteramos toda a logística de toda uma cidade por conta dos Jogos. Não que as Olimpíadas não tenham importância. Mas é que a gente não para de trabalhar, não para de estudar”, ressaltou.
Para o estudante de farmácia Alexandre da Costa, de 20 anos, a população não está sendo priorizada pela organização dos Jogos.
“Acho que é uma falta de prioridade tremenda, e falta de organização de quem vai fazer essa movimentação relativa as provas na Baía. A população vai perder tempo de seu dia em algo que não tem perspectiva de deixar legado algum”, defendeu.
A concessionária informou que não tem informações a respeito de quantos passageiros serão prejudicados com as mudanças, ou de quanto tempo de atraso essas possíveis mudanças vão acarretar aos funcionários.