Boechat: cidade prepara homenagens ao jornalista

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Jornalista Ricardo Boechat

Divulgação

Três dias após a morte do jornalista Ricardo Boechat, que comoveu o país e motivou gestos de admiração e respeito em todos os veículos da imprensa brasileira, Niterói discute a possibilidade de imortalizar a memória dele.

Boechat, que passou sua infância e grande parte da adolescência na Cidade Sorriso, deve virar nome de rua no bairro de São Francisco, onde residiu. Pelo menos esta é a vontade do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, que encaminhou a proposta para o prefeito interino de Niterói, Paulo Bagueira (Sdd). 

O pedido foi protocolado ontem na Prefeitura de Niterói pelo jornalista Mário Sousa, presidente do sindicato, e por Continentino Porto, representante do sindicato junto à Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). Para Sousa, o Brasil e o jornalismo perderam “um dos mais importantes profissionais da imprensa, considerado um dos maiores jornalistas de opinião da atualidade”.

De acordo com o documento protocolado, o sindicato destaca que “mesmo sem ter nascido em Niterói, seus pais moraram na cidade, no bairro de São Francisco, onde até hoje reside sua mãe”. 

Ainda segundo Sousa, “pelo exercício litúrgico do Jornalismo, pelo exemplo que deixa aos colegas, aos jovens que começam  no exercício da profissão e ao legado que deixa para a História da Comunicação e a sociedade por sua passagem marcante por Niterói, é extremamente justificável para o município que adote o nome Ricardo Boechat para uma das ruas do bairro de São Francisco”.

Monumento - Ao que tudo indica, esta não deve ser a única homenagem prestada a Ricardo Boechat na cidade. O jornalista  Gilson Monteiro, que trabalhou com Boechat em O Globo, onde aprofundaram laços de amizade, anunciou, por meio de sua coluna online, que irá, junto a outros amigos de Ricardo Boechat, utilizando recursos próprios, “erguer uma estátua no Saco de São Francisco”.

No anúncio, Monteiro brincou e esboçou como seria a reação de seu saudoso colega caso pudesse comentar o estabelecimento de sua própria estátua:

“Gilson, estátua é o cacete; isto é coisa para ditadores, opressores do povo, idiossincráticos e seus seguidores, que acabam em praça pública pichados e transformados em latrina de pombos e urubus. Peguem esse dinheiro que pretendem transformar em bronze e distribuam onde e com quem mais precisa. E não me encham o saco com salamaleques. Bola pra frente!”, escreveu Monteiro, em sua “Coluna do Gilson”.

Medalha - Além de nome de rua e da estátua em São Francisco, a Câmara Municipal de Niterói, na sessão de abertura dos trabalhos legislativos deste ano, que acontece na tarde de hoje, apreciará um Projeto de Resolução que cria a Medalha de Honra ao Mérito Ricardo Eugênio Boechat. A iniciativa é do vereador Dr.Emanuel Rocha (Sdd).

O acidente -  O jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, faleceu em um acidente de helicóptero no final da manhã de segunda-feira, em São Paulo, que também vitimou o piloto da aeronave Ronaldo Quattrucci. O jornalista retornava de uma palestra em Campinas quando a aeronave que o transportava caiu em cima de um caminhão e explodiu na Rodovia Anhanguera, um dos acessos do Rodoanel, na Região Metropolitana da capital paulista. O motorista do caminhão sofreu apenas escoriações leves e passa bem.