Além do combate à dengue, comerciantes acompanharam palestra sobre a lei da diferenciação de preços
Foto: Divulgação
A primavera está se aproximando, as temperaturas começam a aumentar e, com o calor, vem o alerta para os casos de dengue, zika e chikungunya. Ciente desse problema, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói abriu o espaço do Café Empresarial realizado em sua sede, nesta terça-feira (12) para o Projeto “Eliminar a Dengue: desafio Brasil”, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O tradicional evento trouxe ainda a palestra “Saiba tudo sobre seus direitos de lojista na hora de realizar uma venda”, ministrada pelo advogado, especialista em Direito Civil e mestre em Ciência Política Gabriel Guimarães.
A apresentação, feita pela gerente de projetos da Fiocruz, Flávia Teixeira, destacou a ação de combate que está sendo realizada em parte do Rio de Janeiro e de Niterói, e a necessidade da população colaborar com as medidas de eliminação do mosquito transmissor dessas doenças, o Aedes aegypti, e seus criadouros.
O trabalho consiste na liberação de mosquitos e ovos do Aedes Aegypti, que recebem uma bactéria chamada Wolbachia, que só vive na célula de insetos, e é encontrada naturalmente em mais de 60% das espécies. Criados em laboratório, os mosquitos acabam se tornando aliados no combate à dengue, zika e chinkungunya, uma vez que, de acordo com a pesquisa, a Wolbachia impossibilita o mosquito de transmitir as doenças, mesmo que ele esteja infectado.
“Essa é uma iniciativa natural, autossustentável e não há riscos de contaminação da Wolbachia para outros animais e humanos. O que o desafio propõe é a substituição do mosquito transmissor pelos modificados, já que ao serem liberados, o cruzamento dos dois tipos só gera insetos que possuem a bactéria. A aceitação pública dessa tecnologia é muito importante, e é essencial que as pessoas entendam o motivo da liberação de mais mosquitos, assim como é fundamental que elas mantenham as medidas de controle e eliminação do mosquito em suas residências e comércios”, explicou Flávia.
O “Eliminar a dengue” é um projeto global e que está sendo executado no Brasil desde 2012. Em Niterói, o bairro de Jurujuba foi escolhido para receber o projeto piloto e, um ano após a realização da soltura dos mosquitos na localidade, a avaliação é de que mais de 96% dos mosquitos estejam infectados com a bactéria. A ação já foi realizada nos bairros de São Francisco e Charitas, e a previsão é que o Centro seja o próximo local do a receber os mosquitos infectados com a Wolbachia.
Outro assunto trabalhado no evento foi a lei de diferenciação de preços. Assim como feito no último Café da Região Oceânica, o consultor Gabriel Guimarães levantou informações sobre a aplicação e uso da lei nos comércios e seus benefícios para a economia. A norma, em vigor desde junho deste ano, regulamenta a cobrança diferenciada nos preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo ou da forma de pagamento.
O palestrante reforçou que a lei surge para estabelecer a segurança jurídica necessária aos comerciantes e destacou os três eixos nos quais o Banco Central se baseou para a formulação do projeto: a liberdade de sinalização de preços com desconto, de acordo com a forma de pagamento e prazo; o equilíbrio nas transações entre o consumidor e o comerciante e a minimização da prática de subsídio cruzado, em que o vendedor incluía, na formulação dos preços, as taxas pagas pelas operações com cartões e esse valor influenciava nas compras de quem não faz uso dessa ferramenta, especialmente as pessoas com renda mais baixa, que também acabavam pagando por essa manutenção.
Combate ao Aedes aegypti ganha destaque na CDL
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