Comperj: filas atrás de emprego

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O polo do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Itaboraí tem recebido, em média, cerca de 250 profissionais por dia em busca de oportunidade de trabalho. Diariamente, formam-se longas filas de pessoas atrás de emprego

Foto: Evelen Gouvêa

Com Vinicius Rodrigues

Com a retomada das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), milhares de trabalhadores já sonham com uma vaga no empreendimento. E esse sonho está mais próximo de se tornar realidade. Isso porque, segundo a Prefeitura de Itaboraí, as vagas para as obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) serão disponibilizadas já a partir do mês de julho. Segundo a Petrobras, serão pelo menos 5 mil vagas de emprego que serão preenchidas gradativamente até 2019. O empreendimento será entregue em 2021.

O Polo de Itaboraí do Sistema Nacional de Emprego (Sine) já tem recebido, em média, cerca de 250 profissionais por dia em busca de oportunidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, no momento o local não tem disponível vagas específicas para trabalhar no Comperj. Por enquanto, o Sine não foi procurado por nenhuma empresa ligada ao empreendimento oferecendo oportunidades de contratação. 

No entanto, toda divulgação de vagas será feita por meio do site da prefeitura. 

Desde que foi divulgada a retomada das obras, moradores do entorno do Sine, próximo à Praça Marechal Floriano, percebem o aumento na procura pelo posto. Há cerca de uma semana, a fila dobrou de tamanho. Na última quarta-feira (11), o gonçalense Elias da Conceição Santos, de 50 anos, foi o primeiro a chegar no local ainda de madrugada, às 3h30.

“Estou desempregado há 8 anos, apenas vivendo de bicos. A retomada das obras do Comperj será uma bênção. Uma chance de recomeçar. Vim no posto na segunda, cheguei às 6h, mas já não consegui atendimento”, contou. 

Elias saiu do Jardim Catarina, em São Gonçalo, onde mora com a amiga Izabel Ferreira da Silva, 56,  também desempregada, em busca de emprego para ambos. O irmão da Izabel foi ao local em outra época e conseguiu um trabalho e, por isso, eles estão otimistas.

“Tem muita gente aguardando por essas obras do Comperj, pois são muitas vagas e são famílias que estão desempregadas e necessitam. Estou há 2 anos procurando...”, comenta Izabel.

Natural de Itaboraí, Rafael Nóbrega da Silva, 35, também está desempregado, há 2 anos. Após saber da retomada das obras, procurou o Sine, mas reclama das informações desencontradas. 

“Tem muitos comentários sobre essa obra, mas são poucos os oficiais. Todos os dias procuro vagas, vou no sindicato da categoria para me informar, mas ainda não há nada muito divulgado. O município parou após o Comperj ser abandonado, muita gente sofreu. Precisamos disso, pois temos família”, salienta.

A fila, diariamente, chega a reunir mais de 200 pessoas antes mesmo da abertura do portão, às 8h.