Doente fica mais de 23h sem luz

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Por conta das chuvas, o mergulhão Ângela Fernandes ficou interditado por aproximadamente uma hora. Segundo a prefeitura, garrafas PET e latas de alumínio entupiram os bueiros dificultando o escoamento da água

Foto: Divulgação / Viver Bem

Mais uma vez não faltaram transtornos após as chuvas que castigaram a cidade de Niterói, no último fim de semana. Em Camboinhas, a falta de energia quase custou a vida de uma idosa, de 95 anos, que necessita da ajuda de aparelhos e ficou mais de 23 horas sem luz. Segundo a família, a idosa é cadastrada como doente vital na Ampla, mas nunca conseguiu prioridade nos atendimentos e só se manteve viva graças a um vizinho que possui um gerador.

Segundo a família, a senhora de 95 anos, que tem Alzheimer, entre outros problemas, precisa usar aparelhos de respiração e também cama elétrica. De acordo com a professora aposentada Nelma Orlando, sua mãe já é cadastrada como doente vital na Ampla, porém, nunca conseguiu prioridade nos atendimentos. “Ficamos mais de 23 horas sem energia elétrica após o temporal do último sábado. A sorte é que meu vizinho possui um gerador e passa o fio para minha casa e, com isso, consigo me virar um pouco com a minha mãe, porque se não fosse isso não sei o que iria acontecer. Temos quedas de energia frequentes na região e isso precisa mudar. É uma vergonha o bairro passar por esse problema”, lamenta Nelma. 

Por falar em falta de luz, vários bairros ficaram no escuro após o temporal de sábado à noite. Um dos casos ocorreu na Maternidade São Francisco, no bairro de mesmo nome, na Rua Tapajós, Zona Sul de Niterói, onde uma queda de árvore provocou a interrupção no fornecimento de energia. Segundo o diretor da unidade, Enéas de Paiva Braga, um gerador de energia é utilizado para manter funcionando setores onde pacientes precisam de cuidados especiais. “Desde ontem (domingo) o centro cirúrgico, a UTI neonatal e a UTI adulto estão sendo mantidas com o gerador. A maior preocupação é o uso prolongado do equipamento e que ele não consiga suprir a demanda dessas unidades. Vidas estão em risco aqui”, afirmou o diretor. 

Outras áreas da cidade foram afetadas com a interrupção no fornecimento de energia elétrica. Na Avenida Ewerton da Costa Xavier (Avenida Central), em Itaipu, e o bairro Maravista ficaram sem luz durante mais de 20 horas. No Fonseca, a Rua Teixeira de Freitas sofreu com falta de luz desde as 18h de sábado, retornando ao normal apenas no domingo à noite, e no Ponto Cem Réis o fornecimento de energia foi interrompido por mais de 12 horas.  Segundo a Prefeitura de Niterói, o mergulhão Ângela Fernandes ficou interditado por aproximadamente uma hora em virtude do grande volume de detritos, sobretudo garrafas PET e latas de alumínio, que entupiram bueiros e dificultaram a sucção da água pelas bombas instaladas na passagem subterrânea. Com relação à falta de luz em bairros de Niterói, A Ampla informou que normalizou o fornecimento de energia para a maior parte dos clientes que tiveram o serviço interrompido. Com relação ao caso da idosa sem luz por mais de 23 horas, a Ampla informou que irá apurar o caso.

Eletrocutado – A queda de uma árvore em cima dos fios de alta-tensão matou um cachorro em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, na noite do último sábado (20). Após a ventania e a forte chuva que caiu na região naquela noite, uma árvore antiga que ficava no quintal do extinto Clube Italiano, na Rua Roma, número 360, se partiu e caiu em cima dos fios. De acordo com informações dos moradores, o cabo de alta-tensão se partiu e ficou na via dentro de uma poça de água. O cachorro pisou na água e levou uma descarga elétrica. 

O zelador do Clube Italiano, que já está desativado, Zalmir dos Santos, contou que ventava e chovia muito no momento do incidente. Segundo ele, quando chove forte é comum a queda de árvores nas redondezas. “As árvores aqui do terreno são muito antigas e com a ventania uma delas não aguentou. O cachorro tinha dono, mas eu não conhecia, pois não moram aqui na rua. Ele estava sempre por aqui e quando o cabo se partiu e ficou dentro da poça, ele, ao passar, pisou na água e foi eletrocutado na hora. Uma pena”, explicou o zelador. 

Em Piratininga uma árvore atingiu a rede e um cachorro morreu eletrocutado

Foto: Marcelo Feitosa

Com relação ao caso da Rua Roma, em Piratininga, a Ampla informou que o fornecimento de energia no local já foi restabelecido. A distribuidora acrescentou que uma árvore de grande porte atingiu a rede elétrica derrubando um poste junto com a fiação e interrompendo o fornecimento de energia na região. O poste e a fiação foram substituídos.

Memória – No dia 30 de dezembro de 2015, um cão morreu depois de receber uma descarga elétrica após o galho de uma árvore cair sobre a fiação de um poste. A fiação ficou por mais de 10 horas caída no chão da rua. O dono do animal lamentou o incidente, alegando que se a concessionária Ampla tivesse atendido o chamado dos moradores, o acidente teria sido evitado. Indignado, ele fez gravações do cão morto no local e postou seu desabafo na internet, alertando que como aconteceu com seu cão, poderia ter acontecido com uma criança, já que o local é rota de passagem de alunos da Escola Municipal Nossa Senhora da Penha.

Rio Bonito – Na madrugada do último sábado (20), mãe e filho morreram eletrocutados após uma árvore cair e atingir cabos da rede elétrica da Ampla em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio. O acidente aconteceu quando Queli Barbosa, de 30 anos, e o filho, de 9, passavam pela Estrada Velha da Posse, no bairro Mangueira, por volta da meia-noite. A criança recebeu a descarga elétrica primeiro, a mãe tentou ajudar e também foi eletrocutada. 

A Ampla confirmou o acidente e afirmou que lamenta o ocorrido. Em comunicado, a empresa disse ainda que as mortes só ocorreram por conta de uma árvore que caiu sobre a rede elétrica rompendo um cabo de média tensão da companhia. A concessionária afirmou que irá oferecer assistência à família das vítimas. 

?O Procon Estadual autuou as concessionárias de energia elétrica Light e Ampla por falhas na prestação do serviço. Foram duas autuações contra cada uma. Os moradores da região disseram que acionaram a empresa seis horas antes do ocorrido, mas os funcionários demoraram a chegar.
Light e Ampla têm 15 dias úteis, contados a partir do recebimento da notificação, para apresentar a sua defesa. Caso o prazo não seja cumprido, ou os argumentos não sejam aceitos pelo Setor Jurídico do Procon Estadual, as concessionárias serão multadas.